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sábado, setembro 28, 2024

Ipatinga e mais 13 cidades pedem socorro por falta de leitos de UTI

Municípios vão cobrar ao Governo de Minas o envio de respiradores e profissionais de saúde; aumento de casos e mortes preocupa prefeitos

 

Prefeitura de Ipatinga, a 212 km de Belo Horizonte, se uniu a outros 13 municípios do Vale do Aço para pedir socorro ao Governo de Minas no combate à pandemia do novo coronavírus.

Após uma reunião realizada nesta terça-feira (2), ficou acordado o envio de um documento ao Executivo estadual para cobrar o encaminhamento de equipamentos e profissionais de saúde para a região.

Leia mais: Após confirmar 3ª morte em três dias, Ipatinga retoma isolamento

Para o prefeito de Ipatinga, Nardyello Rocha, o aumento dos casos chamou a atenção para a necessidade de ampliar a capacidade de atendimento aos pacientes.

— A principal necessidade são os respiradores, que, no momento, o mercado oferece a preços absurdamente elevados. Se o Estado tem respiradores, então aguardamos que nos socorra, já que o próprio Estado é que nos adverte que estamos vivendo um momento grave no Vale do Aço, como em nenhum outro lugar em Minas Gerais. Seria impensável termos que deslocar até a capital um doente em situação crítica.

Ipatinga tem cerca de 260 mil habitantes e apenas 27 leitos de UTI, que atendem também as cidades vizinhas. A ocupação está, atualmente, em 93%. Em caso de lotação, as demandas vão para uma lista de regulação, controlada pelo SUS Fácil, responsável por transferir os pacientes que precisarem de internação para o município mais perto que estiver disponível.

A microrregião do Vale do Aço corresponde a outras 13 cidades: Açucena, Belo Oriente, Braúnas, Bugre, Dom Cavati, Iapu, Ipaba, Joanésia, Mesquita, Naque, Periquito, Santana do Paraíso e São João Do Oriente. Ao todo, até o momento foram registrados 378 casos de covid-19 e 11 mortes causadas pela doença.

Durante a reunião, a secretária de Saúde de Ipatinga, Érica Dias, apresentou estudos que antecipam “previsões apocalípticas” na microrregião, caso nenhuma medida de maior impacto seja tomada para conter o avanço do vírus.

A SES-MG (Secretaria de Estado de Saúde) já havia chamado a atenção para os números da região. Em coletiva de imprensa na última sexta-feira (29), o secretário-adjunto de Saúde do Estado, Marcelo Cabral, pediu à população que “mantenha a atenção quanto ao distanciamento social para que não tenhamos surpresas ruins e mantenhamos os índices que conseguimos manter até hoje”.

Falta de UTIs

Nesta terça-feira, passou a valer o decreto municipal que voltou a proibir a abertura de serviços não essenciais em Ipatinga. A decisão foi tomada após o município registrar três mortes por covid-19 desde a sexta (29), quando atingiu 100% da capacidade de UTI.

De acordo com a prefeitura,  cerca de 40% da demanda vem de pacientes das cidades vizinhas. Por causa disso, o prefeito de Ipatinga aproveitou o encontro para alertar os prefeitos da região.

— Deixei bem claro para os prefeitos, e não é nenhuma frase de efeito, que se nós não agirmos juntos, as ambulâncias que eles usam para mandar os pacientes para Ipatinga vão virar rabecão. Ou seja, o paciente vai chegar aqui, não vai ter atendimento por que não tem UTI e ele vai voltar morto.

*Estagiária do R7 sob a supervisão de Lucas Pavanelli

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