O sinédrio enviou um pedido ao governo de Israel para tocar o shofar no Monte do Templo pela primeira vez desde a destruição do templo.
O sinédrio, composto por autoridades do judaísmo, enviou uma petição ao primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, para permitir o toque do shofar no Monte do Templo durante o Rosh Hashaná, o ano novo judaico.
Se o pedido for atendido, será a primeira vez que o shofar será tocado no local em um sábado desde a destruição do Segundo Templo há 1.950 anos. A petição foi emitida pela Organização das 70 Nações, liderada pelo rabino Hillel Weiss, e a Organização Terra de Israel, liderada por Aviad Vosoli.
Após a Guerra dos Seis Dias de 1948, o Monte do Templo passou ser administrado pelo Waqf Islâmico, órgão controlado pela Jordânia — embora a segurança do local seja feita por Israel.
As visitas dos judeus ao Monte do Templo são restritas, já que também abriga locais sagrados para os muçulmanos, como a Mesquita de Al-Aqsa e o Domo da Rocha. Judeus com aparência religiosa, como no caso dos ortodoxos, devem fazer visitas em grupos monitorados por guardas do Waqf.
No entanto, baseado nas Leis Básicas de Israel, Visoli enfatiza que a constituição israelense garante a liberdade religiosa no país. “Pessoas de todas as religiões devem ter permissão para orar no Monte do Templo”, ele defende.
O pedido formal também foi apresentado ao Ministério da Segurança Pública e à Polícia de Israel. Caso não haja resposta ou o pedido seja negado, o grupo pretende encaminhar uma ação ao Tribunal de Justiça.
“Esta não é uma questão legal”, disse Visoli. “A lei determina que temos permissão para fazer isso. Nosso pedido é que a polícia seja instruída a permitir que esse ritual religioso aconteça”.
O rabino Hillel Weiss enfatizou que o toque do shofar em Rosh Hashaná é um chamado para todas as nações.
“O toque do shofar no Monte do Templo em Rosh Hashaná não é um ritual simples, pois é feito nas sinagogas ao redor do mundo. Isso não é apenas para os judeus que estão lá para ouvir. Esta é uma chamada para todas as nações do mundo”, disse ele.
Caso o governo israelense não permita o toque do shofar, um ritual alternativo será realizado ao lado do Monte do Templo. Embora a lei judaica proíba que o instrumento seja tocado durante o Shabat, o Sinédrio determinou que a celebração adjacente ao Monte do Templo será permitida.