O pastor Samuel Gonçalves da Catedral da Assembleia de Deus em Cabo Frio (RJ), compartilhou nas suas redes sociais algumas orientações sobre a questão envolvendo a vacina contra a covid-19. Com o título “Vacina: tomar ou não tomar”, o líder instruiu pelo uso do medicamento.
Servidor da Fiocruz prepara vacina de Oxford/AstraZeneca para a primeira aplicação no Brasil.Formado em direito, filosofia e teologia, trouxe uma reflexão sobre a vacina que tem causado bastante polêmica na população brasileira. Principalmente no meio evangélico, onde muitos cristãos tem associado o medicamento com a marca da besta que é descrita na Bíblia no livro do Apocalipse.
Ao ensinar sobre o tema, o pastor lembrou que as “vacinas são substâncias que possuem como função estimular nosso corpo a produzir resposta imunológicas contra doenças, sendo produzidas com o objetivo de melhorar nossa saúde”.
“Dito isso, a questão sobre tomar ou não tomar vacina é algo absurdo. A ciência tem melhorado em muito a vida humana, livrando-nos de muitos desafios que se apresentam ao longo de nossa jornada nesta terra, como o de doenças que antes não tinham controle e causavam muitos problemas para a sociedade”, lembrou.
Samuel Gonçalves também citou benefícios da vacina, lembrando que a vida humana foi prolongada e que também temos melhor qualidade de vida. Ele cita o Salmos 90, no versículo 10, onde fala que vive até setenta anos ou oitenta aqueles que tem mais saúde e que a maior parte deste tempo é de labuta e sofrimento.
“As vacinas nos protegem de uma variedade de doenças graves e de suas complicações, que muitas vezes podem levar à morte. Doenças transmissíveis foram controladas por meio de medicamentos aplicados através das vacinas”, lembrou.
Para exemplificar a importância da imunização, o pastor cita alguns imunizantes bíblicos, como os óleos que muitas vezes eram usados para fins medicinais. “Não há na Palavra de Deus qualquer contraindicação ao uso de imunizantes”, escreveu.
“Na verdade, o próprio Criador chegou a recomendar uma forma de “imunização” contra a morte, quando enviou as pragas ao Egito e ordenou que o sangue de um cordeiro fosse passado nos umbrais das portas, impedindo que o anjo da morte entrasse naquelas residências (Êxodo 12:21-27)”, citou.
Marca da besta
O pastor ensinou também que a vacinação, neste momento, pode ser considerada como uma questão de amor ao próximo, “sabendo que quando nos vacinamos não protegemos apenas a nós mesmos, mas aqueles que nos cercam”. “Não vivemos isolados, vivemos em comunidade, o que nos torna responsáveis pela proteção daqueles que estão à nossa volta”, escreveu.
Em seguida ele citou a afirmação de que as vacinas contra o coronavírus são “marca da besta” ou que possuem o “sinal do anticristo”, enfatizando que quem diz isso deveria ler mais a Bíblia e conhecer o que realmente está por trás do espírito do anticristo, lembrando que trata-se da negação de Deus e Sua existência.
“Aos que se deixam levar por narrativas fantasiosas, que utilizam-se muitas vezes da fé cristã, como a que afirma que as vacinas são a “marca da besta” ou possuem o sinal do anticristo, devo dizer que deveriam ler mais a Bíblia e conhecer o que realmente está por trás do espírito do anticristo, que é justamente a negação de Deus e sua existência, ou mesmo o desprezo por Cristo. Sabendo disso, usar tais argumentos como desculpa para não se vacinar é apequenar sua fé em Jesus”, ensinou.
Samuel Gonçalves também condenou as teorias conspiratórias e as disputas políticas, pedindo para que os cristãos “deposite sua confiança no Senhor e creia que Ele está usando a ciência em favor da humanidade”.