A primeira turma de estudantes de Medicina da Faculdade Ciências Médicas de Minas Gerais já está em Itabira. Médicos e representantes de entidades da classe estão preocupados com a forma em que esses “profissionais” estarão atuando junto aos pacientes.
O Médico Carlos Roberto de Souza (Dr. Carlão) que também é bacharel em Direito, tem feito vários alertas sobre os governos Estadual e Municipal que estão se utilizando de “mão de obra barata” para tentar resolver o problema de ausência de profissionais na rede pública. Em seu perfil no facebook, no dia 31 de março, ele postou um texto que expressa sua preocupação.
Veja a postagem:
“Querem explorar mão de obra barata para enfrentar a Pandemia. Sem nenhuma dúvida que o Sistema de Saúde necessita de profissionais de Saúde para enfrentar a grave crise sanitária. O que não é admissível é nesse objetivo o Poder Público ficar fazendo demagogia e peças de propaganda com os profissionais de Saúde. Em Minas Gerais , Estado e Municípios vêm alardeando que estão contratando estagiários de Medicina e convocando médicos voluntários para atuarem nos serviços de e saúde.”
“Iniciemos pelos estagiários.: Estagiários , são acadêmicos de medicina, não são médicos e JAMAIS podem substituir os médicos na assistência. O objeto da presença dos estudantes no serviço de saúde é o aprendizado e não a Assistência . Quanto a recrutar médicos voluntários é importante que se diga que o que necessita o Sistema de Saúde é de profissionais devidamente contratados e bem remunerados para que exerçam suas atividades a contento. Há muito o SUS se colocou como um sistema de saúde livre do caritatismo ,mas como um sistema garantidor da saúde como um direito de cidadania.”
“Quando o Poder Público vem usar desses artifícios, convocando mão de obra despreparada e desqualificada ou não remunerada adequadamente , está tão somente criando um “apartheid ” sanitário onde quem tem recursos se valerá do serviço de qualidade enquanto a grande maioria do povo fica como humanos de segunda classe e destinatários de serviço de saúde sem qualidade: Um serviço pobre para pobre!”
“Os profissionais de Saúde e a população devem denunciar esse esquema imoral e injusto como forma de garantir e exigir a saúde como direito do cidadão e obrigação do Estado.”
Entramos em contato com a Associação Médica de Itabira, através do seu secretário, Dr. Virgilino Quintão Torres Cruz , e enviamos um questionário no dia 01 de abril. com cinco perguntas sobre questões ligada à pandemia. Até o momento não responderam.
O MG TV entrevistou o presidente da Associação Médica de Minas Gerais, Fábio Augusto de Castro e o presidente do sindicato dos Médicos de Minas Gerais, Cristiano Maciel.
Assista:
Em Itabira os profissionais já estão atuando:
De acordo com o prefeito Marco Antônio Lage (PSB), a chegada desses acadêmicos faz parte de uma estratégia montada pela Prefeitura de Itabira que engloba duas etapas: neste primeiro momento para o enfrentamento à crise provocada pela Covid-19 e posteriormente para desenvolver uma política de saúde pública mais voltada para a atenção primária.