O deputado estadual Bernardo Mucida apresentou requerimentos à Comissão de Minas e Energia da Assembleia Legislativa, da qual é vice-presidente, cobrando explicações da Vale sobre a possível remoção de 300 famílias nos bairros Bela Vista e Nova Vista, em Itabira. Após apresentar ofícios à mineradora, que não foram respondidos, o parlamentar voltou a pedir transparência por parte da empresa, mas desta vez com o apoio de outros deputados.
Em discurso no plenário na tarde desta terça-feira (25), Bernardo Mucida reforçou seu compromisso com os moradores que correm o risco de deixarem suas casas devido à descaracterização do complexo. A falta de informação, segundo o deputado, “é o que tem gerado insegurança e desconforto aos moradores”.
“Apesar de já ter oficiado a Vale, este ofício não foi respondido. Nem o meu, nem outros que foram feitos por autoridades do município de Itabira. O que a gente quer e cobra com muita firmeza é a transparência da Vale. A gente quer saber: onde serão feitas as remoções? Quantas famílias exatamente deixarão suas casas? Qual é o projeto executivo? Quando começa a obra? Todos esses dados infelizmente permanecem ocultos”, cobrou o deputado.
Além da Vale, Bernardo Mucida apresentou requerimentos para a Agência Nacional de Mineração (ANM), Secretaria de Estado de Meio Ambiente Desenvolvimento Sustentável (Semad) e Defensoria Pública. A necessidade de se manter a igualdade na defesa dos moradores atingidos no caso de realização de acordos com a Vale foi mais uma vez cobrada por ele.
“Há uma desigualdade absurda. De um lado você tem a maior empresa da América Latina, com todo o suporte jurídico, que pode contratar os melhores advogados do Brasil, para fazer o acompanhamento das suas causas. De outro, famílias que têm apenas a casa onde moram e que estão sujeitas à remoção. Quero falar isso com muita ênfase, porque isso não é uma história recente em nossa região. Em Itabira mesmo tem a Vila Paciência, um bairro fantasma onde a Vale comprou algumas casas e largou outras”, defendeu o deputado.