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Itabira
quinta-feira, novembro 21, 2024

Prefeito tenta induzir opinião pública contra Câmara de vereadores, tentando desgastar o Legislativo

Mas não explicou o que vai fazer com quase R$ 800 milhões de recursos próprios que Itabira  deve arrecadar em 2022. Em tom de piada, circula post na rede social dizendo que ele pretende cumprir promessa da construção do “metrô”.

O prefeito de Itabira, Marco Antônio Lage(PSB), usou live semanal, da última quinta-feira (10), para dizer que rejeição dos vereadores ao pedido de empréstimo de R$ 70 milhões, vai prejudicar projetos de melhorias para vários bairros da cidade. Em momento algum o prefeito disse da possibilidade de fazer os investimentos com recursos próprios. Nem explicou o que pretende com orçamento milionário de 2022, onde a cidade deve arrecadar mais de R$ 2 milhões por dia. O empréstimo foi rejeitado, porque segundo os vereadores, eles entendem que as obras podem ser feitas com recursos próprios, sem que haja o endividamento do município.

A  Prefeitura elaborou um vídeo mostrando apenas as localidades onde os recursos do empréstimo seriam aplicados, exibido durante a live. O prefeito alegou que a escolha foi por critério de demandas nas secretarias. Ou seja, quem cobrou teria direito, “quem não cobrou não seria beneficiado”.

Foram por dez votos contrários, seis a favor e uma abstenção, que a Câmara Municipal de Itabira rejeitou a proposta do empréstimo de mais de R$ 70 milhões, junto à Caixa, através do Financiamento à Infraestrutura e ao Saneamento (Finisa).

Dos 17 vereadores,  o pedido de empréstimo só teve 6 votos a favor, dois quais dois votos foram do Líder e do Vice-líder do prefeito na Câmara. Votaram a favor do empréstimo: Líder, Júber Madeira Gomes (PSDB), Vice-líder, Bernardo de Souza Rosa (Avante), Carlos Henrique da Silva “Sacolão” (PSDB), Carlos Henrique de Oliveira (PDT), José Júlio Rodrigues “Combem” (PP), Marcelino Freitas Guedes (PSB). O presidente da Câmara, que é do mesmo partido do prefeito, não precisava votar mas fez questão de deixar claro que não votaria a favor. Weverton Leandro Santos Andrade “Vetão” (PSB), se absteve na votação. Os demais vereadores votaram contra.

Para o vereador Neidson Dias Freitas (MDB) o empréstimo, neste momento, não se faz necessário uma vez que a alta do preço do minério influencia diretamente na arrecadação do município, que este ano pode chegar a quase R$ 800 milhões. Além disso, segundo o emedebista até o mês de março Itabira tinha em caixa, livre, R$ 204 milhões.

“O empréstimo precisa ser melhor debatido. O projeto chegou à Câmara em caráter de atropelo. Lido na terça-feira (1º), discutido na reunião de comissão na quarta (2) e já entrou em votação (8). Este é um assunto que tem que ser discutido com a população itabirana. Está batendo em nossa porta a exaustão do minério. Ou seja, uma grande receita que o município deixará de ter e este empréstimo ultrapassa esses limites. Então, deve-se ser feito uma análise melhor do planejamento”, ponderou o vereador.

Para Neidson Freitas, as obras a serem realizadas com o recurso do empréstimo deveriam ser debatidas em conjunto com a Câmara e com a sociedade, por meio de uma audiência pública, e mecanismos “mais democráticos” para justificar o “endividamento”.

“Eu acredito que em um momento oportuno, com discussão correta, respeitando o entendimento democrático da Câmara, é possível que no futuro o projeto volte à Casa e tenha outros entendimentos. Mas na realidade de hoje, o município de Itabira tem condições de executar todas estas obras previstas sem a necessidade do empréstimo”, pontuou Neidson Freitas.

Já o líder do governo na Câmara, vereador Júber Madeira, explicou que muitos dos recursos citados pelo colega são com rubricas já destinadas, carimbadas para investimentos em saúde, educação e não em investimentos em saneamento básico e infraestrutura.  “Por isso, se fazia necessário este aporte financeiro para que nos próximos quatro anos o prefeito pudesse fazer os devidos investimentos e colocando em prática diversos projetos e obras importantes que são exatamente os anseios da população de Itabira. Lamentavelmente a Câmara perdeu esta grande oportunidade de contribuir com esse processo tão importante apresentado ao Legislativo pelo nosso prefeito [Marco Antônio Lage – PSB]”, destacou Júber Madeira.

A reunião da Câmara de hoje promete uma resposta do Legislativo à postura do chefe do Executivo.

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