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Itabira
segunda-feira, setembro 23, 2024

Marco Antônio chama familiares de presos de “bolsão de miséria” e diz que presídio traria mais uma “favela” para a cidade

Uma postura de “um coronelismo feudal”, usa o termo pejorativo de “favela” para descrever as comunidades da periferia itabirana. Chama de “bolsão de miséria”, a migração de familiares de presos para a cidade. Isto depois de definir como “massa de manobra do crime organizado” os pretos do Brasil. E no final diz que sistema prisional é escola de bandido.

O prefeito de Itabira, Marco Antônio Lage (PSB) através de suas redes sociais, durante a Live semanal, na última quinta-feira (1º), tentou amenizar o impacto da desastrosa atitude antissocial, de recusar a construção de um novo presídio na cidade, fato já acordado  entre o Município, Ministério Público (MP), Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) e a Secretaria de Estado de Segurança Pública (SEJUSP), como compensação pela desativação do presídio existente na cidade, em função de possível inundação, com eventual rompimento da barragem do Itabiruçu. Um custo de aproximadamente R$ 25 milhões para a mineradora. Com um discurso totalmente vexatório aos pretos e pobres, o  prefeito contestou uma geração de mais de 300 empregos diretos, cerca de 500 empregos indiretos, com consumo no comércio local, gerando movimentação econômica incalculável.

Ele desqualificou dezenas de profissionais que atuam no Sistema Prisional, desde auxiliares administrativos, a enfermeiros, dentistas, médicos, advogados entre tantos outros para dizer que empregos gerados não valiam a pena. Sem saber que os presos cuidam da parte de serviços gerais, disse que “seriam gerados cerca 300 empregos na cidade, que não são tão qualificados”. Ele chamou Policial Penal de “agente carcerário”. Falou  de forma vexatória de “preto e pobre” deixando um desconforto, afirmando que os pretos são a grande maça criminosa do Brasil, ocupando 90% das vagas dos presídios. Recebeu uma Nota de Repúdio do Sindicato dos Policiais Penais de Minas Gerais.

Há menos de quinze dias a cidade se comoveu com o ato de injúria racial e racismo cometido contra o vereador José Júlio Rodrigues “Combem” (PP), por um internauta no facebook, Veja a matéria AQUI.

Marco Antônio fechou a fala sobre o tema na live dizendo que não permitiu o investimento porque “seria o prefeito que trouxe o presídio para Itabira, que permitiu que o presídio viesse, e responsável por um grande bolsão de miséria que ia se formar ao redor desse presídio.” Marco Antônio também concedeu uma entrevista para a página no facebook do radialista Heitor Bragança,  onde ele descreve quem é que iria fazer parte do seu “bolsão de miséria”.

Sem fundamento consistente, ele afirma:”As família migram para as cidades de seus presos”.
Veja o fechamento da Live:
Veja a entrevista para o radialista Heitor:
Ele desqualifica totalmente o sistema prisional brasileiro

Mas, como estamos em Minas Gerais, falando de presídio em Itabira, o ataque vai de carapuça para a SEJUSP, e claro, diretamente aos integrantes do sistema prisional. Veja o vídeo:

O que é Favela:

O significado de Favela denota as habitações populares construídas de forma precária e sem infraestrutura, além de sua informalidade. São aquelas habitações que não possuem aspectos necessários para garantir a saúde e o bem-estar de quem ali mora, como, por exemplo, uma rede de esgoto, de coleta de lixo, de transporte coletivo, de abastecimento de água ou energia, entre outros.

Popularmente no Brasil, a favela é sinônimo de marginalização, exclusão social e desassistência, localizando-se em áreas irregulares e tornando-se um bairro após o crescimento desordenado de moradias. Pode-se encontrar as favelas em encostas de morros e até mesmo em margens de córregos ou rios.

Normalmente, as favelas são construídas em madeira ou alvenaria – estas últimas podem até conter um pouco de conforto, mas apesar disso, não houve planejamento ou qualquer supervisão de órgãos competentes e, por isso, esses locais se tornam densamente povoados, com casas sem espaçamento, divididos por pequenas vielas.

Infelizmente, as favelas são um retrato de condições difíceis, em especial pela falta de atenção das autoridades e da sociedade civil. É um reflexo na ineficácia e da pouca vontade do poder público.

No Brasil, destaca-se a favela da Rocinha, localizada no morro Dois Irmãos, no Rio de Janeiro. É a maior do país, com estimativas de mais de 70 mil habitantes. Esta favela é muito famosa, pois é um dos bairros mais conhecidos, chamando a atenção de turistas – a única preocupação constante é o tráfico de drogas que acontece neste local.

A partir do ano de 1980, as favelas tiveram avanços em termos de urbanização, embora ainda precisa-se melhorar muito, o que caracterizou pelo apelido de “comunidade”, tentando deixar de lado a conotação negativa do uso da palavra favela.

Origem das favelas

A origem do termo favela, na acepção de designar o conjunto de casas de construção sem planejamento, de maneira improvisada e sem infraestrutura, é vista na língua portuguesa desde – pelo menos – 1909.

Aconteceu na Guerra de Canudos, que durou do ano de 1893 a 1897, na Bahia. Após esse episódio, muitos militares que retornaram da guerra tiveram a permissão de se instalarem em acomodações precárias, sendo que um local de grande destaque é o Morro da Providência, no Rio de Janeiro. O nome favela veio por conta da grande quantidade de plantas que, do mesmo nome, habitavam o local.

Em 1897, portanto, os soldados construíram barracos que não possuíam qualquer importância imobiliária, como é o caso deste morro, que foi apelidado de Morro da Favela. Ali, permaneceu-se, já que a situação econômica era péssima.

Foi somente na década de 20 do século XX que o nome favela passou a se relacionar com todo o tipo de moradia que era demasiadamente simples e pobre.

Trechos da fala do prefeito, que tem sua origem como filho de um milionário fazendeiro, e esse fazendo jus a sua origem “em berço de ouro”, num incorporar de “um coronelismo feudal”, atacando a massa sofrida da sociedade, definindo comunidades como “bolsão de miséria”, e pretos, como “massa de manobra do crime organizado”, se espalhou pelas redes sociais.

No sábado, 3 de julho, o Brasil celebrou o Dia Nacional de Combate à Discriminação Racial. Nessa data, em 1951, o Congresso Nacional aprovou a Lei 1.390, mais conhecida como Lei Afonso Arinos, proposta pelo jurista, político e escritor mineiro e que estabeleceu como contravenção penal qualquer prática resultante de preconceito por raça ou cor. Foi a primeira lei contra o racismo no País.

A fala de Marco António não ficou apenas em manifestações locais. Movimentos populares se organizam para um ação contra o prefeito de forma oficial, com representação no Ministério Público, denúncia à Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de Minas Gerais e Câmara dos Deputados, alegando como “discurso de racismo incitação ao ódio”.

Os trechos abaixo, são  parte integrantes da Live do prefeito de 01 de julho

A definição de favela é de pesquisa no Google, com resultado https://www.significadosbr.com.br/favela

Após ataque racista, Júlio do Combem compartilha “exemplo de política e afetividade”

 

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