Visivelmente incomodado, o prefeito atacou vereadores e chamou de “centrão” grupo que não se submete aos mandos do Executivo. Ele também assume quem são os seus “pupilos”. Deixou o presidente da Câmara numa posição delicada ao chama-lo de “árbitro”, ou seja quem deverá mediar o conflito.
O prefeito de Itabira, Marco Antônio Lage (PSB), através das ruas redes sociais bateu no Legislativo, durante a live da última quinta-feira (15). Ele atacou de forma clara, os vereadores que estão contrários ao seu pedido de livre remanejamento de 25%, do orçamento da Prefeitura. ele afirmou que “tem dez vereadores na Câmara que estão contra o prefeito. Estão contra a Prefeitura.” Induzindo a população ao entendimento de que a postura dos vereadores não são favoráveis aos eleitores, porque eles estão travando o seu governo. Segundo ele os dez fizeram um grupo de centro, não se posicionando na oposição e nem como base governista. Definiu seis como sua base, alinhados, prontos para votar favorável com tudo do seu governo. São os vereadores: Bernardo de Souza Rosa (Avante), Carlos Henrique da Silva (PSDB), Carlos Henrique de Oliveira (PDT), Júber Madeira Gomes (PSDB), José Júlio Rodrigues (PP), Marcelino Freitas Guedes (PSB).
Marco deixou o presidente Weverton Leandro Santos Andrade “Vetão” (PSB), numa posição delicada ao chamá-lo de árbitro, o que seria um “mediador” dos conflitos. Uma posição que não se enquadra na função de presidente do Legislativo. Vetão tem que se manter imparcial, como tem feito, e defender a autonomia do Poder do qual é o representante.
Entenda a crise: Marco Antônio enviou para a Câmara, e será votado amanhã, terça-feira, a Lei de Diretrizes Orçamentária (LDO). Através dela será elaborado o orçamento de 2022, que deverá chegar a R$800 milhões, segundo os próprios vereadores. Um artigo da LDO concede autorização para que o prefeito Marco Lage faça alterações, correções em erros de elaboração do orçamento, sem dar satisfação para a Câmara, em 25% do montante. ou seja R$ 200 milhões de reais.
Os dez vereadores, definidos como de centro pelo prefeito, criaram uma emenda a LDO, passando para 10%. Eles não estão travando, estão dando uma autorização de 10%, ou seja, cerca de R$ 80 milhões, e não 25%, R$200 milhões, como pede o prefeito. Toda vez que ele errar, e precisar de mais, ele terá que prestar contas ao Legislativo.
A LDO, seria votada na ultima terça-feira (13) com a redução. Um pedido de retirada da pauta, feito pelo prefeito Marco Lage, alegando que precisava fazer “ajustes”, foi prontamente atendido pelos vereadores. O presidente da Casa, Vetão (PSB), chegou a dizer que era “intempestivo” ou seja, fora de hora. Dois dias depois Marco usa redes sociais, tentando “coagir” os vereadores, a não seguirem com a redução.
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