Mulheres afegãs suplicam ajuda da comunidade internacional depois que o Talibã tomou o controle do país.
Antonio Guterres, Secretário-Geral da ONU, expressou sua preocupação sobre o futuro das mulheres e crianças no Afeganistão, pedindo controle por parte do Talibã e outros grupos para proteger a vida da população, segundo a Reuters.
O porta-voz da ONU, Stephane Dujarric, disse que estavam chegando vários relatos de violações dos direitos humanos nas comunidades afetadas pelo combate do Talibã e acrescentou que Guterres estava muito preocupado e que os direitos conquistados pelas mulheres e meninas devem ser protegidos.
“Todos os abusos devem parar. Ele apela ao Talibã e a todas as outras partes que garantam que os direitos e liberdades de todas as pessoas sejam respeitados e protegidos”, disse Dujarric.
De acordo com uma carta compartilhada a emissora americana NBC do escritório de Rohgul Khairzad, vice-governadora da província de Nimroz, a primeira a ser tomada pelo Talibã, disse que as mulheres estão preocupadas se terão direito à educação e trabalho.
“O Talibã, durante o regime anterior, mostrou que nunca permitiria que mulheres estudassem e trabalhassem”, diz a carta. “Nós acordamos com milhares de medos, e ficamos assustadas até o amanhecer. Por favor, pare o Talibã [pedem a comunidade internacional]. Respeite as mulheres e as meninas”.
O governo do Talibã
O Talibã tomou a capital do país, Cabul, neste domingo (15) depois da retirada das tropas americanas, e pretende declarar novamente o nome do Estado como Emirado Islâmico do Afeganistão, como era anteriormente a invasão americana depois dos ataques do 11 de setembro.
Quando governava o Afeganistão, de 1996 a 2001, o Talibã não permitia que meninas frequentassem escolas, as mulheres não podiam trabalhar e nem sair na rua sem um acompanhante masculino, além de serem obrigadas a vestir uma burca.
Durante esse tempo, muitas delas foram apedrejadas e mortas. Desta vez, o Talibã está alegando que irá fazer leis que permitam que as mulheres participem da vida pública. “O objetivo é permitir que as mulheres contribuam para o país em um ambiente pacífico e protegido”, disse o porta-voz do Talibã, Zabihullah Mujahid, em maio.