Pelo menos 628 sequestros, dos quais 29 são estrangeiros, ocorreram desde janeiro deste ano no país, segundo o Centro de Pesquisa em Direitos Humanos.
Até 17 missionários dos Estados Unidos foram sequestrados por membros de gangue no Haiti no sábado (16), incluindo 14 adultos e três menores, segundo uma fonte das forças de segurança do Haiti afirmou à CNN Internacional.
Segundo a fonte do governo haitiano, a investigação está em andamento e mais informações estarão disponíveis ao longo deste domingo (17).
Os missionários estavam viajando de carro para Titanyen, ao norte da capital Porto Príncipe, após visitar um orfanato na área de Croix des Bouquets. Eles foram sequestrados ao longo do caminho entre os dois locais.
A CNN Internacional entrou em contato com o Ministério da Justiça haitiano e a Polícia Nacional, mas eles ainda não responderam.
Na noite de sábado (16), um porta-voz do Departamento de Estado dos Estados Unidos disse estar ciente dos relatórios.
“O bem-estar e a segurança dos cidadãos americanos no exterior é uma das maiores prioridades do Departamento de Estado. Estamos cientes desses relatórios e não temos nada adicional a oferecer no momento”, disse o porta-voz.
As gangues armadas, que durante anos controlaram os distritos mais pobres da capital haitiana, ampliaram seu poder para Porto Príncipe e seus arredores, onde o número de sequestros extorsivos está aumentando.
Mais de 600 crimes deste tipo foram registrados nos primeiros três trimestres de 2021, contra 231 no mesmo período de 2020, segundo o Centro de Análise e Investigação em Direitos Humanos, com sede na capital haitiana.
Sequestros no Haiti
Os sequestros cresceram no Haiti ao longo de 2021, com os números aumentando quase 300% desde julho.
Pelo menos 628 sequestros ocorreram desde janeiro, dos quais 29 são estrangeiros, de acordo com dados divulgados no início deste mês pelo Centro de Análise e Pesquisa em Direitos Humanos, uma organização sem fins lucrativos com sede em Porto Príncipe.
Uma profunda crise política paralisa o desenvolvimento socioeconômico do Haiti há muitos anos.
O assassinato em 7 de julho do presidente Jovenel Moïse por parte de um comando armado em sua residência privada mergulhou ainda mais o país caribenho na incerteza.