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sábado, novembro 23, 2024

Amor: “Sem meu filho autista eu não seria metade da pessoa que sou hoje”, diz Marcos Mion sobre Romeo

Na última quinta-feira (21), o apresentador Marcos Mion passou a manhã tomando café com Ana Maria Braga no programa “Mais Você”. No bate-papo, ele fez uma singela e emocionante homenagem ao filho Romeo, seu primogênito de 16 anos.

“Quando o Romeu nasceu, foi quando descobri que minha vida não era perfeita: mas ela estava prestes a se tornar, mais perfeita possível dentro das imperfeições. E ter um filho autista é o que possibilitou isso“, disse Mion, segurando as lágrimas.

 

 

Confira seu depoimento na íntegra:

“Sem o Romeo, eu não seria metade da pessoa que eu sou hoje, eu não teria chegado nem à metade do caminho que tracei. O Romeu é uma lembrança constante e diária na minha vida que eu tenho que ser a melhor versão de mim mesmo.

Porque ele merece, porque tenho que ser a melhor versão pra que eu possa chegar no nível dele. Porque meus outros filhos (Donatella e Stefano), meus amores, a gente conversa – entre aspas, – de “igual pra igual”, eu falo, eles entendem.

 

Pro Romeu, eu tenho que me colocar numa posição, onde eu tenho que soltar tudo que eu conheço: da minha vida, do que eu conheço de cognitivo, de racional, de como conversar com alguém, de como educar meus filhos… Eu tenho que soltar tudo.

Tenho que elevar a minha alma pro patamar da dele. E aí sim eu consigo falar alguma coisa que ele pode entender.

Os autistas, eles têm uma pureza muito grande. É óbvio que existem vários níveis dentro do espectro (TEA), mas meu filho Romeo… Pensa que de repente o amor tomasse a forma humana, na forma de uma pessoa: é meu filho.

Os sentimentos são muito verdadeiros. O amor, é o maior amor do mundo. E a dor, é a maior dor do mundo também”.

 

Lei Romeo Mion

Em 2014, Marcos Mion tornou público o diagnóstico de Romeo, à época com 9 anos. Na mesma época, ele e a esposa, Suzana Gullo, com quem é casado há dezesseis anos, se tornaram defensores dos direitos das pessoas com o Transtorno do Espectro Autista (TEA).

O ativismo em prol da causa gerou frutos: no ano passado, o apresentador tornou viável a Lei Romeo Mion, aprovada no Senado e sancionada pelo poder executivo que cria a Carteira de Identificação da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista (Ciptea), que deve ser emitida de forma gratuita, sob responsabilidade de estados e municípios.

O texto também determina que pessoas com autismo terão prioridade no atendimento em estabelecimentos públicos e privados, e obriga cinemas a oferecer, uma vez por mês, sessões específicas para pessoas com autismo, com todas as adaptações necessárias para melhor acomodar esse público.

“Tem ministros que falam que eles atrapalham, que não deveriam ir pra escola. Meu filho me ensina, ensina todos que convivem com ele. Ele ensina valores que tornam pessoas ao seu redor muito melhor, nenhuma escola ensina isso. Ele precisa de ajuda para entender a nossa humanidade de sentimentos ruins que ele não possui e, para viver em sociedade, ele precisa entender essas coisas”, declarou o apresentador.

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