Líder religioso relatou caso de pastor da Bahia que teve que se retratar por fala proferida durante culto
O pastor Silas Malafaia publicou um vídeo, em suas redes sociais nesta sexta-feira (19), com um protesto contra a intervenção do Ministério Público da Bahia na fala de um pastor durante um culto realizado em junho deste ano. Na ocasião, o líder religioso Carlos César, da Primeira Igreja Batista de Ipiaú, no sul da Bahia, criticou propagandas com cunho LGBT realizadas por duas empresas.
Na gravação, Malafaia cita que a atitude do Ministério Público baiano viola a Constituição Federal, já que a Carta Magna prevê, em seu artigo 5°, a liberdade de culto e a proibição de privação de direitos em razão de crença religiosa. Para o pastor da Assembleia de Deus Vitória em Cristo (ADVEC) a situação é “absurda”.
– É um absurdo o Ministério Público querer determinar o que se fala em um culto. Eu quero conclamar todos os pastores do Brasil neste domingo a dar uma palavra na sua igreja, de manhã ou de noite, mostrando os pecados da área sexual: adultério, prostituição e homossexualismo – disse Malafaia.
Por fim, Malafaia disse que não pode aceitar a interferência judicial na liberdade religiosa e chamou a conduta ocorrida contra o pastor da igreja na Bahia de “afronta”. Ainda de acordo com o líder religioso, o caso pode virar um precedente para que pastores sejam presos na igreja.
– Eles rasgam a Constituição. Isso é uma afronta à Constituição. Isso é uma violação a direitos individuais. Fica aqui a minha indignação. Domingo [21] eu vou falar. E no dia [em] que eu botar o meu pé na Bahia eu também vou falar. Eu desafio essa cretinice, essa bandidagem e essa safadeza – finalizou.
SOBRE O CASO
O pastor Carlos César, da Primeira Igreja Batista de Ipiaú, no sul da Bahia, teve que se retratar durante um culto realizado no último dia 10 de novembro, por críticas feitas por ele em junho, também durante uma celebração religiosa, contra comerciais de duas marcas em razão do Dia do Orgulho LGBTQIA+, propagandas que, segundo ele, promoviam “o homossexualismo”.
A retratação ocorreu após o líder religioso firmar um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) com o Ministério Público da Bahia (MPBA), documento que foi motivado por uma denúncia feita ao órgão contra o pastor.
No culto realizado no dia 30 de junho, que resultou no TAC, Carlos César criticou as propagandas de cunho LGBTQIA+ e pediu aos fiéis que não comprassem itens dessas empresas.
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Ministério Público obriga pastor a se retratar por usar termo ‘homossexualismo’