Jovem que se destacou em workshop integrará quadro funcional da Associação Mineira de Educação Continuada, na área administrativa
Caio Rocha* está perto de completar 18 anos neste mês e já tem motivos para celebrar. Ele, que sempre foi apaixonado por culinária, acaba de garantir seu primeiro emprego com carteira assinada após se destacar em um workshop de pizzaiolo, em um grupo de dez alunos. A capacitação foi ministrada pela Associação Mineira de Educação Continuada (Asmec), em parceria com a Subsecretaria de Atendimento Socioeducativo (Suase), da Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp), no Centro de Internação Provisória Dom Bosco (Ceip) Dom Bosco. Ao final, foram entregues certificados nominais.
O diretor-geral do Ceip Dom Bosco, Cosme Damião, conta que o workshop ampliou também as possibilidades de renda para todos os participantes. “Os adolescentes aprenderam um novo ofício por meio de um curso prático, dinâmico e versátil. Isso cria oportunidade de novos caminhos, ampliando possibilidades”, observa o diretor.
Para a diretora de Educação e Formação Educacional, Profissional, Esporte, Cultura e Lazer, Emanuelle Miranda, mesmo que a internação provisória se configure como um tempo curto e de passagem, é muito importante que ela tenha consistência pedagógica, atuando na prevenção ou na interrupção da trajetória infracional do adolescente
Carteira assinada
Caio* será contratado como jovem aprendiz para desenvolver funções administrativas e atuará na mobilização de diversas capacitações. Ele, que já fez um curso de culinária por cinco meses, conta que gosta de cozinhar para sua família, o que o ajudou a se destacar. “Eu tenho um filho para criar. Essa oportunidade, de carteira assinada, vai me permitir dar um futuro para a minha família”.
A presidente da Asmec, Andrea Ferreira, acredita que o resultado será promissor: “Ele ficou muito feliz quando fizemos a proposta. Quem sabe, futuramente, ele possa dar o depoimento dele para mobilizar outros jovens?”.
Parceria
A parceria da Asmec com a Suase vem desde 2011, quando em um curso de garçom com vinte adolescentes, 17 foram incluídos no mercado de trabalho. Desde então, foram alinhadas várias articulações em conjunto. “Acredito que quando trabalhamos junto ao socioeducativo, ajudamos a desinflar o sistema prisional. Nos vinte anos de Asmec, percebemos que os jovens que se encontram acautelados não têm muitas perspectivas. Tentamos apresentar o projeto de construção de objetivos junto a eles, para que possam persegui-los, cada qual o seu plano”, conta a presidente da Asmec.
Os treinamentos vão além da capacitação profissional. Há também um preparo socioemocional, para que os jovens aprendam a lidar com o não e com as frustrações apresentadas pela vida. A qualificação mais recente foi promovida em 18/5, na Asmec.
*Nome fictício para preservar a identidade do adolescente, conforme determinação do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA)
Crédito das fotos: Sejusp / Divulgação