Mulher teria sido instruída a fazer falsa denúncia de importunação sexual devido ao descontentamento de alguns membros da igreja com o então presidente
Essa foi a conclusão das investigações da Polícia Civil sobre uma denúncia de possível importunação sexual, que partiu de uma mulher, contra o então presidente da Assembleia de Deus em João Monlevade Pastor Luiz Henrique da Silva. A denúncia foi feita em maio e o caso foi amplamente divulgado em alguns jornais e portais de notícias de Monlevade e região.
Nesta terça-feira (14) o site Noticia1 trouxe a verdade dos fatos: Denunciação caluniosa. Segundo a delegada que presidiu as investigações, Camila Batista Alves, foi constatado que a mulher teria sido instruída a fazer a falsa denúncia. Chamou atenção ainda o fato da mulher ter registrado a denúncia em cartório antes de ir às autoridades policiais.
Conforme apurado pela reportagem, a motivação para a falsa denúncia seria a insatisfação de alguns membros da Assembleia de Deus Templo Arca, inclusive da alta administração, com mudanças feitas pelo pastor falsamente acusado.
Ele assumiu a presidência da Assembleia de Deus após o falecimento do pastor Sérgio Eleutério, vítima do coronavírus. Logo após a denúncia, um conselho de pastores decidiu afastá-lo da presidência.
A suposta vítima de importunação sexual será indiciada por denunciação caluniosa e as investigações podem ter novos desdobramentos. O inquérito será remetido à Justiça.
Pastor Luiz Henrique Foi Humilhado publicamente
A Igreja Assembleia de Deus AD – Templo Arca, de João Monlevade, afastou por prazo indeterminado, no dia 2 de maio, o pastor Luiz Henrique da Silva, um líder de 63 anos, casado, com amplo serviço prestado para a AD. Proibido de exercer suas funções eclesiásticas, ministeriais e administrativas. A decisão foi da Diretoria Geral e da Comissão de Conselho e Doutrina da Igreja, que se reuniram após tomarem conhecimento da denúncia.
O site A Notícia divulgou em 17 de maio que a vítima, uma mulher de 40 anos, denunciou o pastor à Polícia Militar no dia 26 de abril. Ela registrou ocorrência e procurou o Templo Arca pedindo providências. A Polícia Civil vai apurou o assunto em segredo. O advogado dela, Moisés Martins de Assis, se absteve de dar informações ao site, considerando sigilo e alegando questões de Ética Profissional, dada a particularidade do caso.
O pastor Luiz Henrique, até o afastamento, era a maior liderança evangélica na região, presidente do Ministério para o Campo Monlevade e Itabira, pertencente à Convenção dos Ministérios das Assembleias de Deus do Leste de Minas Gerais (Comadeleste).
A entidade é composta por 250 igrejas, em 30 campos regionais e ligada à Convenção Geral das Assembleias de Deus no Brasil (CGADB). Ele foi eleito para o mais alto cargo da instituição na região em janeiro de 2021.
Bastante conhecido e respeitado, pastor Luiz Henrique foi eleito para substituir o presidente e fundador da Comandaleste, pastor Sérgio Eleotério Coelho, falecido em novembro de 2020.
Na época o site procurou o pastor Carlos Roberto Lopes, o pastor Carlinhos, 1º vice-presidente da Igreja, que confirmou o fato da Assembleia de Deus receber a denúncia de importunação sexual contra o pastor Luiz Henrique e que a mulher apresentou, além do boletim de ocorrências, uma ata notarial, documento de fé pública, que atesta a veracidade dos fatos declarados.
Providências da AD na época
Pastor Carlinhos informou ao site que convocou a reunião entre a Diretoria Geral e a Comissão de Conselho e Doutrina da Igreja tão logo soube do ocorrido. Após a reunião no começo do mês, ficou definida a instauração de Procedimento Disciplinar Administrativo.
“Ficou resolvido que, para não prejudicar o processo e diante das gravidades das acusações, respeitando o direito à defesa e ao contraditório, a Diretoria Geral e a Comissão resolveram afastar o pastor Luiz Henrique de suas funções”, disse. Com a medida, pastor Carlinhos assumiu interinamente a presidência do Ministério.
Segundo ele, o pastor Luiz Henrique também não poderia mais nem frequentar as Igrejas pertencentes à Comandaleste, até o trânsito em Julgado no Processo Administrativo Disciplinar e nas Ações Judiciais que possa vir a enfrentar em virtude do ocorrido. Ele informou que a informação foi repassada para todas as igrejas e instituições parceiras.
Silêncio
O site A Notícia enviou questionamentos ao pastor Luiz Henrique da Silva através de dois números de celulares, fornecidos pela Igreja, mas ele não respondeu às mensagens. Ele usou o direito de permanecer calado.
Ainda segundo pastor Carlinhos, o pastor Luiz Henrique negou-se a receber as notificações da Igreja informando sobre seu afastamento e as proibições de seu acesso aos 250 templos de abrangência da Comadaleste.
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