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segunda-feira, setembro 23, 2024

Bilionária Lily Safra morre aos 87 anos na Suíça

Uma das mulheres mais ricas do mundo, ela tinha fortuna de US$ 1,3 bi

A bilionária gaúcha Lily Safra, uma das mulheres mais ricas do mundo, morreu hoje (9) aos 87 anos em Genebra, na Suíça. A causa da morte não foi informada.

Segundo a Fundação Edmond J. Safra, o sepultamento será na próxima segunda-feira (11) em Genebra. Em nota, a fundação informou que Lily Safra manteve o legado filantrópico do banqueiro Edmond Safra, fornecendo apoio a centenas de organizações sociais pelo mundo.

Com patrimônio estimado em US$ 1,3 bilhão pela revista Forbes, Lily Safra era viúva do banqueiro libanês Edmond Safra, com quem se casou em 1976. O magnata morreu em 1999 num incêndio criminoso em Mônaco. Em 2002, a Justiça do principado condenou o enfermeiro particular de Edmond a 10 anos de prisão por ter iniciado o fogo.

Além de Edmond Safra, Lily foi casada com Alfredo Monteverde, fundador da rede de varejo Ponto Frio. Em 1969, o empresário foi encontrado morto no próprio apartamento com dois tiros. Na ocasião, a viúva assumiu os negócios da rede de lojas.

Atividades filantrópicas

Em 2006, Lily Safra fundou o Instituto Internacional de Neurociências de Natal Edmond e Lily Safra (IINN-ELS) e a Escola Alfredo J. Monteverde.[16] O Instituto Edmond e Lily Safra, dirigido pelo Professor Miguel Nicolelis e que também tem o apoio da Fundação Filantrópica Edmond J. Safra,[17] tornou-se um importante centro de pesquisa sobre o cérebro: o seu trabalho foi capa da prestigiosa revista Science, em maio de 2009.

Desde 1999, Lily Safra é a presidente da Fundação Filantrópica Edmond J. Safra, que dá suporte a centenas de projetos de educação, ciência e medicina, religião, cultura e de assistência humanitária, em mais de 50 países. Ela iniciou vários projetos educacionais em memória ao seu marido, incluindo a dotação para o Edmond J. Safra Center for Ethics da Universidade Harvard. Um importante e duradouro contrato com a Universidade Hebraica de Jerusalém resultou na nominação do Campus Edmond J. Safra.

Há muitos anos que participa em várias atividades da comunidade da cidade de Nova Iorque, entre elas no Henry Street Settlement, no New York Center for Children, no Children’s Health Fund e no God’s Love We Deliver.

Educação

Lily Safra é também presidente honorária da fundação International Sephardic Education Foundation (ISEF), criada por ela e seu marido, em 1977. A ISEF é uma organização, sem fins lucrativos, que promove o ensino superior para jovens judeus promissores de origem menos afortunada. Desde a sua criação, mais de 16.000 bolsas de estudos foram doadas, incluindo suporte a mais de 1.000 estudantes de mestrado e pós-doutorado. Ela também apoia o programa de intercâmbio Lily Safra Internship Program, do Hadassah-Brandeis Institute da Universidade Brandeis. O programa acontece durante o verão e dá direito a 6 estudantes de graduação e a 2 pós-graduandos de fazerem pesquisas no HBI.

Depois das desgraças causadas pelo furacão Katrina, Lily Safra foi uma das maiores partidárias à assistência humanitária da Cruz Vermelha americana e teve um papel importantíssimo na reconstrução da Universidade Dillard de Nova Orleães, no primeiro semestre de 2006, e na assistência para manter as aulas em locais temporários até então.

Pesquisa em saúde

Tanto pessoalmente como através da fundação, Lily Safra dá suporte a hospitais e universidades do mundo todo, para pesquisas sobre câncer, AIDS, esclerose múltipla e doenças neurodegenerativas, principalmente Alzheimer e Mal de Parkinson.

A primeira unidade do Instituto Santos Dumont (ISD, centro avançado de pesquisa em neurociências no Brasil) localizado em Natal, a entrar em operação foi o Instituto Internacional de Neurociências Edmond e Lily Safra (IIN-ELS), em 2006, que à época se chamava Instituto Internacional de Neurociências de Natal. Em 2007, o Instituto Internacional de Neurociências recebeu o nome “Edmond e Lily Safra” em função de uma doação da senhora Lily Safra, devido ao seu interesse na área de neurociências.[18][19]

A sua consciência da angústia vivenciada pelas famílias de doentes lutando pela vida motivou-a a construir o Family Lodge para os pacientes e suas famílias no National Institute of Health em Bethesda (Maryland). Com seu marido, ela construiu um hospital infantil de última geração, o Sheba Medical Center em Tel Hashomer, nas redondezas de Tel Aviv. Lily também integra o conselho da Michael J. Fox Foundation for Parkinson’s Research e da Foundation for the National Institute of Health.

Arts and Culture

Além de participar do conselho de administração do Museu do Patrimônio Judeu de Nova Iorque e da Associação de Artes de Somerset House em Londres, Lily Safra participa do conselho do Museu de Arte Moderna de Nova York e do John F. Kennedy Center for the Performing Arts. Ela deu suporte à compra conjunta da “Five Angels of the Millennium” de Bill Viola, pelo Centro Pompidou de Paris, pela Tate Gallery de Londres, e pelo Museu Whitney, de Nova Iorque. Criou a bolsa Edmond J. Safra Visiting Professorship (para professores itinerantes) na National Gallery of Art em Washington. Também está bem envolvida com o Instituto de Arte Courtauld, em Londres, dando apoio a curadores e bolsas para estudantes exemplares de história da arte.

Em 2019, doou cerca de 88 milhões para a reconstrução da Catedral de Notre-Dame de Paris,[20][21][22][23] após o terrível incêndio do dia 15 de abril, que causou grande repercussão internacional. Apesar da doação, a bilionária foi alvo de críticas nas redes sociais por sua atitude e por não ter doado para o incêndio ocorrido no Museu Nacional (Rio de Janeiro).

Leilão de joias

Em 14 de maio de 2012, ela colocou 70 peças da sua coleção de diamantes, rubis e safiras em um leilão na Christie’s de Genebra.

O rendimento do leilão, nomeado Jewels for Hope, beneficiaria 20 instituições, de Ruanda até a fundação de Elton John, passando por hospitais e ONGS, inclusive brasileiras. Entre as peças, há pedras com mais de 30 quilates, e 18 peças de JAR, a maior coleção à venda na vida de Joël Arthur Rosenthal, o joalheiro parisiense considerado “o melhor criador dos últimos 30 anos”. A coleção avaliada inicialmente em U$ 20 milhões de dólares arrecadou quase 38 milhões de dólares (cerca de 75,6 milhões de reais). O resultado seria entregue a 12 instituições de caridade. No entanto, por ter ultrapassado o valor estimado, Lily Safra decidiu doar os ganhos para mais 8 organizações totalizando 20 instituições beneficiadas.

Um dos lotes, que incluía um anel de rubi e diamante, de 32,08 quilates, foi vendido por US$ 6 milhões, estabelecendo um novo recorde mundial de preço para qualquer rubi vendido em leilão.

Edição: Pedro Ivo de Oliveira/Ag. Brasil

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