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sábado, novembro 23, 2024

Presos e presas de unidade LGBTQIA+ recebem capacitação em bordado de vestidos

Peças são comercializadas em todo o país e também no exterior; Treinamento é realizado dentro do Presídio Professor Jason Soares Albergaria

Um grupo de 20 presos e presas do Presídio Professor Jason Soares Albergaria, em São Joaquim de Bicas, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, está concluindo uma capacitação de 100 horas de aulas teóricas e práticas de bordado em pedraria em vestidos de alto luxo. A empresa de moda, parceira do Departamento Penitenciário de Minas Gerais (Depen-MG), fornece a capacitação dentro do presídio, para que em breve os vestidos sejam bordados pela população LGBTQIA+ em uma oficina da unidade prisional.

Cada peça das coleções criadas pela Victoria Moda Festa pode levar até 45 dias para serem bordadas, e sempre pela mão de uma só pessoa. A marca está no mercado desde 2017, com vendas por atacado em todo o país. Além de já ter exportado para a Alemanha e a Venezuela, em breve enviará uma remessa para a Inglaterra.

O sócio da empresa, Otávio Freitas, explica que, inicialmente, procuraram a parceria com o Depen-MG pela necessidade de mão de obra, mas que logo despertaram para a responsabilidade social na formação de profissionais especializados. “Eles estão se dedicando ao aprendizado, muitos têm talento. Vai dar certo e precisamos de mais bordadeiras”, revela.

É por isso que uma nova turma de 40 alunos já começou a assistir e participar das aulas. Mesmo com este reforço, a procura por mãos ágeis e habilidosas vai continuar, pois nem todos conseguem atingir os resultados necessários, e a empresa precisa de um total de 80 funcionários bordando com perfeição.

Para o diretor de atendimento da penitenciária, Flávio Pereira do Nascimento, os indivíduos privados de liberdade têm demonstrado grande interesse pelo bordado. “Funciona como um tipo de terapia, traz inúmeros benefícios, melhorando o aspecto psicológico, como redução nos sintomas de ansiedade, por exemplo”, conta.

Dedicação

Emanuelly Luiza, 31 anos, é uma das presas da turma que em breve vai deixar os tecidos usados para aprendizado e treinamento. Logo, vai assumir o bordado de uma peça de alto luxo. “Não vejo a hora de bordar um vestido de verdade. A técnica não achei difícil, sei fazer crochê e acho que me ajudou. O problema é conseguir me concentrar, ter muita atenção. Este trabalho me dá tranquilidade”.

As presas e os presos participantes serão remunerados com ¾ do salário mínimo e terão direito à remição de pena, ou seja, para cada três dias trabalhados, um a menos na pena, conforme determina a Lei de Execução Penal.

Crédito das imagens: Bernardo Carneiro/Ascom Sejusp

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