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sábado, novembro 23, 2024

Entrevista com o escritor mineiro Aliel Paione

Em Sol e Solidão em Copacabana, autor entrelaça a busca da protagonista por amor e realizações a fatos relevantes da política do país

Com uma abordagem analítica a momentos marcantes da história do Brasil, o escritor mineiro Aliel Paione lança Sol e Solidão em Copacabana, uma saga de amor, ambição e solidão, ambientada em um cenário político turbulento na primeira metade do século XX.

Com o terceiro volume, o autor conclui a trilogia ficcional que conta a trajetória de Verônica, frequentadora da alta sociedade do Rio de Janeiro entre as décadas de 1910 a 1940.

O escritor entrelaça a busca da protagonista por amor e realizações a fatos relevantes da política do país. Aliel conta mais sobre a saga na entrevista a seguir.

Qual foi o ponto de partida para a trilogia?

A ideia surgiu a partir da leitura de uma reportagem sobre o cabaré Mère Louise, que existiu no início do século XX em Copacabana. Com meu profundo interesse em história e literatura, comecei a imaginar um romance que se desdobraria a partir das noites mágicas do Mère Louise, com os personagens principais como protagonistas desse ambiente.

Como a história brasileira se entrelaça aos personagens?

Busquei criar uma conexão entre os dilemas, frustrações, esperanças e conflitos existenciais e amorosos das personagens da trama com as aspirações, frequentemente frustradas, da nossa história nacional. Em outras palavras, minha abordagem consistiu em relacionar a identidade histórica brasileira e suas vicissitudes com as vidas dos personagens, como se os desafios enfrentados por eles espelhassem os problemas do Brasil.

Quais foram as suas principais fontes de pesquisa para a trilogia?

Foi minha extensa biblioteca, que abrange livros relacionados à história do século XX, e meus conhecimentos literários. Acredito que uma das melhores maneiras de compreender a história é através de romances que retratam a época desejada, desde que sejam bem escritos. Por exemplo, os romances de Machado de Assis oferecem uma excelente descrição do contexto social e político do final do Império e início da República no Rio de Janeiro.

Como você vê a relação entre literatura e história?

Vejo uma relação com grande potencial a ser explorado, pois é possível facilmente associar momentos marcantes, surpreendentes e até trágicos da história brasileira com situações similares vividas pelos personagens.

Cite os principais assuntos abordados nesta saga:

O tema central que percorre toda a minha obra é a formação moderna do Brasil e como o país tem sido governado até os dias de hoje. Essencialmente, trata-se de uma reflexão sobre como o país tem sido conduzido por uma elite insensível aos problemas sociais e as razões pelas quais o Brasil sempre atendeu às demandas dessa elite.

As obras da trilogia fazem parte do acervo da Biblioteca do Congresso dos Estados Unidos. O que isso representa?

Fiquei extremamente lisonjeado, feliz e gratificado ao receber a notícia de que as obras da trilogia seriam incluídas no acervo da Biblioteca do Congresso dos Estados Unidos, a pedido do Consulado Americano em Washington. Foi uma surpresa agradável constatar a sensibilidade demonstrada pelos americanos em relação ao meu trabalho literário.

Na dedicatória do livro, você fala do Cine Rio Branco, de Varginha (MG), sua terra natal. Pode compartilhar algumas de suas lembranças com os leitores?

Nas décadas de 1950, 1960, os cinemas desempenhavam um papel relevante nas fantasias dos cidadãos, principalmente no interior, devido à época em que se vivia e à falta de opções para se divertir. Devido à repressão dos costumes, além de assistir aos filmes, era nos escurinhos dos cinemas que aconteciam os primeiros beijos, mais calientes, e curtiam-se os namoricos. Sentar juntos, era talvez a primeira ou a única possibilidade de maior intimidade entre os casais. E o querido Cine Rio Branco, lindo, grande e imponente, desempenhou em nossas vidas, naquele provinciano interior mineiro, essas funções, lúdicas e “antirrepressivas”. Nele, assisti a filmes belíssimos e inesquecíveis, pois vivia-se a época de ouro do cinema, e vivi paixões imorredouras, momentos que permanecem intensamente saudosos em minha memória, de uma época que se foi.

Ficha técnica

Título: Sol e Solidão em Copacabana
Autor: Aliel Paione
Editora: Pandorga
ISBN:
 978-65-5579-225-6
Páginas: 632

Onde encontrar: 
Amazon

Sobre o autor

Aliel Paione é engenheiro e Mestre em Ciências e Técnicas Nucleares pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), onde lecionou. Trabalhou com salvaguardas nucleares na estatal Nuclebrás, no Rio de Janeiro (RJ), e foi professor de Física na Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC Minas). É autor de “Sol e Sonhos em Copacabana” e “Sol e Sombras”. A pedido do consulado dos Estados Unidos, em São Paulo, as obras da trilogia integram o acervo da Biblioteca do Congresso dos Estados Unidos, em Washington.

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