Vice-governador e secretária de Meio Ambiente trataram temas como reflorestamento, resíduos sólidos,emissões de gases de efeito estufa no Cerrado
Minas Gerais segue participando efetivamente das discussões propostas durante a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP28), em Dubai, nos Emirados Árabes, que apresentam ações e desafios para alcançar as metas climáticas nos próximos anos.
Nesta sexta-feira (8/12), o vice-governador Professor Mateus falou da experiência do Consórcio de Integração Sul e Sudeste (Cosud), no painel “Governança Climática: novos arranjos jurídicos institucionais e o protagonismo dos Consórcios Interestaduais”, promovido pela Fundação Dom Cabral.
Ao lado do governador do Mato Grosso, Mauro Mendes, da secretária de Meio Ambiente e Sustentabilidade da Paraíba, Rafaela Camaraense, e do secretário executivo do Consórcio Interestadual de Desenvolvimento Sustentável da Amazônia Legal (CAL), Marcello Brito, o vice-governador de Minas lembrou dos desafios que estão propostos como principal projeto do consórcio que reúne os sete estados das regiões Sul e Sudeste.
“Um dos pontos que nos reunia desde o começo era o fato de esses sete estados terem a maior parte da floresta atlântica, um bioma que passa por todo nosso território, e escolhemos a restauração florestal como nosso principal projeto em termos de Cosud, com uma meta inicial de plantio de 100 milhões de árvores nativas da Mata Atlântica, com recuperação de 90 mil hectares de mata nativa”, afirmou Professor Mateus.
“Isso é importante pela diversidade de fauna desse bioma, fauna que fica muito comprometida, e com essa restauração estamos focando essencialmente na reconstrução de corredores de ligações entre nossas maiores manchas florestais, mas a estratégia não foi unificada, então há uma discussão em curso se cada um dos estados segue sua estratégia porque cada um tem sua estrutura interna, suas relações políticas internas, e já tivemos essa conversa inclusive aqui na COP 28, na busca por uma forma integrada de gestão”, explicou.
Criado para consolidar a cooperação entre os sete governos dos estados do Sul e Sudeste do Brasil, com temas que atendam às demandas econômicas, sociais e ambientais. Juntos, Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul somam uma população de quase 120 milhões de habitantes e concentram 70% do PIB nacional, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Resíduos sólidos
Também nesta sexta-feira, a secretária de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad), Marília Melo, participou de um painel sobre o papel dos resíduos urbanos e rurais nas emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE) no Cerrado brasileiro, organizado pelo Consórcio Brasil Verde.
O Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) se propôs a discutir questões como os lixões e as alternativas, conforme pontuou a secretária Marília Melo. “Temos o desafio de erradicar os lixões no estado e em todo o país, com uma destinação adequada de resíduos sólidos e uma forma de exposição adequada dos resíduos sólidos”.
Ela lamentou que as áreas rurais ainda sejam muito negligenciadas no Brasil, de forma geral. Temos um olhar muito claro em Minas de que universalização do saneamento inclui as áreas urbanas e rurais”, afirmou, ao frisar também ser necessário expandir os métodos de disposição para além do modelo brasileiro, baseado em aterros.
“São uma importante solução, mas que tem que ser agregada com um aproveitamento dos gases que são gerados a partir desse tipo de tratamento, e precisamos ampliar a rota tecnológica, com um tratamento térmico de resíduos sólidos que nos propicie geração de energia, para reduzir a emissão de gases de efeito estufa e ampliar a geração de energias alternativas renováveis em Minas, uma outra linha de ação das mudanças climáticas”, concluiu.
No final da tarde, Marília Melo integrou ainda o painel “Transição energética justa: oportunidades e desafios da energia renovável no território brasileiro”, dentro da programação da Associação Brasileira de Entidades Estaduais de Meio Ambiente (Abema).
Ela pôde apresentar as estratégias estaduais para o incremento da energia renovável de forma justa, a fim de promover o desenvolvimento econômico e minimizar os impactos socioambientais.