Docentes do curso de Medicina do UniBH, Dr. Nathan Souza e Dra.Raquel Bandeira abordam dados mais recentes e dão dicas de prevenção às infecções sexualmente transmissíveis no mês da luta contra a Aids
A reta final do ano é marcada pelo “Dezembro Vermelho”, campanha nacional de mobilização para prevenção à Aids e outras infecções sexualmente transmissíveis (ISTs). Tendo o 1º de dezembro como pontapé, quando se celebra o Dia Mundial de Combate à Aids, a iniciativa chama a atenção para, além da prevenção, a assistência e proteção dos direitos das pessoas que vivem com o HIV.
Dados mais recentes apontam que o Brasil registrou queda no número de pessoas infectadas pelo HIV nos últimos anos, passando de 21,9 para 17,8 por 100 mil habitantes. Essa queda vem sendo observada desde 2016 e é provavelmente explicada pela crescente adoção da PrEP (profilaxia pré-exposição, pílula preventiva para pessoas com alto risco de contrair HIV) e da PEP (profilaxia pós-exposição para quem tenha se exposto até 72h antes da medicação).
O Médico da Família e Comunidade, diretor regional da Inspirali e professor do curso de Medicina do UniBH, Dr. Nathan Souza, enfatiza a importância do tratamento, sobretudo em casos de diagnósticos positivos: “É importante destacar a força da mensagem do I=I: indetectável igual a intransmissível. Isto significa que pessoas vivendo com HIV e sob terapia regular com carga viral indetectável não transmitem por via sexual o HIV. Assim, combatemos o preconceito e estimulamos o diagnóstico e terapia para interromper a cadeia de transmissão do HIV”, afirma.
Embora a queda nos números de HIV e Aids seja uma realidade, no entanto, aumenta-se a incidência de outras ISTs como sífilis e HPV, bem como um índice de infecção de todas elas por uma população cada vez mais jovem, mantendo presente a necessidade de conhecimento dos métodos de prevenção às doenças contraídas em relações sexuais desprotegidas. É o que conta o Médica Infectologista e docente do curso de Medicina do UniBH, Dra. Raquel Bandeira:
“Infecções sexualmente transmissíveis são sobre o modo de propagação de uma doença que nesse caso se dá pela via sexual. Parece redundante mas, quando pensamos assim, reforçamos que todos – independente da orientação sexual, estado civil ou número de parceiros – estão suscetíveis a infecção, e por isso todos precisamos nos proteger. A testagem regular, o tratamento (incluindo o parceiro) e o uso de preservativos são a combinação mais eficaz para uma vida sexual plena e feliz”, conta.
Abaixo, destacamos quatro dicas para prevenir-se do HIV e outras ISTS:
– Use preservativo – interno ou externo – em todas as relações sexuais: O uso da camisinha (masculina ou feminina) em todas as relações sexuais (orais, anais e vaginais) é o método mais eficaz para evitar a transmissão das IST, do HIV/aids e das hepatites virais B e C. A camisinha masculina ou feminina pode ser retirada gratuitamente nas unidades de saúde.
– Imunize-se para hepatite A (HAV), hepatite B (HBV) e HPV: Verifique como anda o seu esquema vacinal e tenha em mãos a carteira de vacinação para completá-lo. As vacinas estão disponíveis gratuitamente pelo SUS.
– Discuta com o seu parceiro ou parceira sobre testagem para HIV e outras IST e mantenha-se- em dia com a sua testagem: Não importa idade, estado civil, classe social, identidade de gênero, orientação sexual, credo ou religião – quem tem relação sexual desprotegida pode contrair uma IST. A pessoa pode estar aparentemente saudável, mas pode estar infectada por uma IST. Por isso, apenas a testagem, em todos os casos, é capaz de proporcionar segurança quanto ao seu diagnóstico.
– Busque informação: Seja nos Centros ou Unidades Básicas de Saúde ou nos Centros de Testagem e Aconselhamento (CTA) do SUS, há sempre um profissional que poderá te ajudar com as informações necessárias, testes rápidos e acompanhamentos de saúde para prevenir ou combater uma IST.