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quinta-feira, novembro 21, 2024

Jovem que passou pelo Sistema Socioeducativo de Minas é destaque em competição nacional de equitação

Luis Lima, que descobriu profissão em curso ministrado enquanto cumpria medida, conquistou o terceiro lugar em campeonato Mangalarga Marchador

 

Um jovem egresso do Sistema Socioeducativo de Minas Gerais conquistou o terceiro lugar na prova de cinco tambores durante a segunda edição do Campeonato Brasileiro de Provas Esportivas e Sociais do Mangalarga Marchador.

A estreia de Luis Lima, aos 18 anos, na categoria iniciante, ocorreu entre os dias 19 e 22/9 no Parque de Exposições da Gameleira, em Belo Horizonte, onde o público pôde apreciar seu talento.

A participação no campeonato foi resultado de um trabalho iniciado enquanto ele ainda cumpria medida socioeducativa.

Luis Lima foi aluno de um projeto que oferece capacitação semanal em equitação e cuidados com cavalos na Casa de Semiliberdade Caminheiros de Jesus, em Juiz de Fora, na Zona da Mata, onde descobriu sua vocação e desenvolveu as habilidades que o levaram a se destacar na competição.

Contratação

Além da medalha de bronze, Luis Lima também conquistou uma oportunidade de ouro. Desde o fim do cumprimento de sua medida, em 27/8, ele trabalha no Rancho Marengo – Centro de Treinamento Maria Isabel Ávila, em Juiz de Fora, onde continua a aperfeiçoar suas técnicas de montaria e cuidados com os animais.

O curso na Casa de Semiliberdade é ministrado por Maria Isabel Carvalho, que também é instrutora de equitação no Rancho Marengo, com doze anos de experiência. Durante as aulas, Maria Isabel notou a dedicação e o talento de Luis.

“Ele já demonstrava aptidão antes de ser desligado do sistema. Sempre foi muito tímido, mas tranquilo e prestativo. Ajudava outros jovens durante as aulas e mostrou muito comprometimento. Para que ele pudesse competir, um cliente do rancho emprestou o cavalo, e ele conquistou o terceiro lugar na prova”, contou a instrutora.

O curso oferecido por Maria Isabel na unidade vai além da montaria, abordando temas como nutrição, manejo de animais e o funcionamento de um haras. “A ideia é preparar esses jovens para o mercado, ensinando não só a técnica, mas também a responsabilidade e postura profissional”, destacou.

Mais um exemplo

Outro jovem que trilhou um caminho semelhante foi Luan Pereira, de 18 anos. Luan também participou do curso de trato e doma de cavalos enquanto cumpria medida socioeducativa na Casa de Semiliberdade Betânia, em Juiz de Fora, e hoje trabalha como treinador, apresentador e tratador de cavalos em um haras em São José dos Campos (SP).

Suas provas fazem parte das competições de marcha do Mangalarga Marchador, nas quais ele monta e apresenta os animais durante os concursos. Luan já se prepara para o próximo campeonato, marcado para o dia 7/10 em Jacareí (SP).

Ele começou como tratador de cavalos e, com o tempo, recebeu a oportunidade de ser treinador e apresentador nas competições. Maria Isabel conta que, assim como Luis, Luan também se destacou no curso e agora atua profissionalmente no setor.

“Sou muito grato pela oportunidade de ter feito o curso. Isso me ajudou a conquistar um trabalho estável com os cavalos. Quando saí da unidade, fui trabalhar em um haras em Caxambu e, recentemente, fui contratado em outro, em São José dos Campos. Meu objetivo é crescer na vida e ter meu próprio haras. É uma profissão que eu gosto”, afirmou Luan, que desde criança tem contato com cavalos, já que morava em uma área rural.

Curso

Devido ao forte interesse dos adolescentes, a atividade, que em 2023 acontecia dentro do haras de Juiz de Fora e exigia um processo de seleção e deslocamento dos participantes, passou a ser oferecida diretamente dentro da Casa de Semiliberdade Caminheiros de Jesus, toda terça-feira.

Hoje, com a mudança, todos participam. O cavalo é levado para as aulas práticas, mas algumas lições são realizadas sem o animal, abordando técnicas de montaria e trato geral.

Para a diretora da Casa de Semiliberdade Caminheiros de Jesus, Christina Borges, exemplos como os de Luis e Luan mostram que “a experiência com os cavalos não oferece apenas uma oportunidade de crescimento pessoal, mas também os prepara para uma vida profissional mais estruturada, ajudando a construir um futuro melhor e mais promissor”.

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