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quinta-feira, novembro 21, 2024

Jovens do Socioeducativo atuam em projeto de reflorestamento de espaços públicos em BH

Iniciativa “Jovens Florestas” capacita adolescentes, promove recuperação ambiental e melhora a qualidade de vida nas áreas urbanas

 

Os estudos apontam que nas grandes cidades as áreas verdes são essenciais para melhorar a qualidade de vida, ajudando a conter enchentes e a reduzir o efeito das “ilhas de calor”.  Pensando nisso, adolescentes que cumprem medida no Sistema Socioeducativo de Minas Gerais estão engajados em um projeto que recupera os espaços verdes nas áreas públicas da capital, além de ensinar técnicas de cultivo e manejo das plantas.

O projeto “Jovens Florestas – Plantando o Cuidado, em busca de novos caminhos sustentáveis”, promovido pela Subsecretaria de Atendimento Socioeducativo (Suase) da Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp), em parceria com o Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) e a organização Clam, visa à instalação e manutenção de viveiros e mudas em unidades do Sistema Socioeducativo da capital. 

A iniciativa capacita jovens que cumprem medidas de internação e semiliberdade, oferecendo uma oportunidade de aprendizado e inclusão. Até o fim de 2025, a expectativa é capacitar 120 jovens e plantar 1,5 mil mudas em áreas públicas de Belo Horizonte.

A subsecretária de Atendimento Socioeducativo, Giselle Cyrillo, destaca o impacto da ação: “Os adolescentes têm a oportunidade de exercer a cidadania, um pilar fundamental no processo de responsabilização, especialmente em um momento que demanda o fortalecimento de ações de preservação ambiental”.

Unidades participantes

Adolescentes de três unidades de Belo Horizonte estão envolvidos no projeto. Eles participam do cultivo de espécies em viveiros internos, que serão replantadas em áreas públicas da cidade. As unidades participantes são o Centro Socioeducativo Santa Clara, a Casa de Semiliberdade São Luís e a Casa de Semiliberdade Venda Nova.

“Essa iniciativa é muito boa tanto para mim como para o meio ambiente, aprendo demais e será muito importante para o meu futuro. Comecei na horta e agora estou no Jovens Florestas, o que irá agregar muito para quando eu terminar de cumprir a medida”, avalia Fernando*, 17 anos, um dos participantes. 

O projeto busca transformar essas unidades em polos de fornecimento de mudas para diversas ações de reflorestamento. “Eles participam desde a semeadura até o plantio. Na nossa unidade, já temos 200 mudas preparadas para reflorestamento”, afirma Luciana Cândida, diretora da Casa de Semiliberdade Venda Nova.

Além do reflorestamento, o projeto incentiva os jovens a refletir sobre a importância do cuidado com o meio ambiente e a sustentabilidade. “Queremos, além de reflorestar, criar novas oportunidades de aprendizado e reintegração para esses jovens”, ressalta Michele Richard, diretora do CSE Santa Clara.

Funcionamento

Os adolescentes são capacitados para a produção de mudas, com atividades práticas como a construção de sementeiras e manejo de estufas, sob a supervisão da Clam. A organização, que iniciou o projeto com uma participação mais ativa, agora faz monitorias quinzenais ou mensais, garantindo que os jovens tenham o suporte necessário. As atividades são acompanhadas pelos profissionais da Suase dentro da rotina das unidades socioeducativas.

Além das técnicas de plantio, os jovens aprendem sobre reutilização de materiais, compostagem, sustentabilidade e georreferenciamento das árvores plantadas. 

Lançamento oficial

Embora o projeto tenha começado em junho de 2023 no Centro de Internação Provisória Dom Bosco, o lançamento oficial ocorreu no último mês de setembro, no Parque Ecológico do Brejinho, em Belo Horizonte. Durante o evento, cinco adolescentes do CSE Santa Clara participaram do plantio simbólico de mudas, criando o “Bosque Jovens Florestas”, que conta com 112 árvores. As atividades no Centro de Internação Provisória Dom Bosco foram interrompidas para reforma, mas o objetivo é retomar em breve. 

*Nome fictício para preservar a identidade do adolescente, conforme recomendação do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).

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