Produtores receberam a conclusão do estudo durante o Encontro do Agronegócio do Vale do Jequitinhonha realizado em Itaobim
O Governo de Minas entregou aos produtores do Vale do Jequitinhonha o projeto de caracterização do Queijo Cabacinha, por meio da Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa).
A entrega simbólica do estudo foi feita, nesta quarta-feira (23/10), ao presidente da Associação dos Produtores de Queijo Artesanal Cabacinha do Jequitinhonha (Aprocaje), José Valério de Souza Filho, durante o Encontro do Agronegócio do Vale do Jequitinhonha, realizado em Itaobim.
Iniciado em 2021, o estudo foi conduzido pelas empresas de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig) e de Assistência Técnica e Extensão Rural de Minas Gerais (Emater-MG), em conjunto com universidades federais de Minas Gerais (UFMG) e de São João del-Rei (UFSJ) e do Instituto Federal do Norte de Minas Gerais (IFNMG).
Os estudos, em rede, envolveram o acompanhamento do processo de fabricação do queijo, com a coleta de amostras em 30 queijarias de nove municípios da região (Jequitinhonha, Ponto dos Volantes, Itaobim, Comercinho, Medina, Cachoeira de Pajeú, Pedra Azul, Divisópolis e Joaíma) e a realização de análises físico-químicas em seis laboratórios das instituições parceiras do projeto.
O projeto está em fase de tramitação para o pedido de regulamentação junto ao Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA). O secretário de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Thales Fernandes, destacou a importância da conclusão do projeto para os produtores da região.
“A produção do queijo Cabacinha na região do Vale do Jequitinhonha possui relevância socioeconômica e cultural significativa. A conclusão do processo de caracterização representa um marco inicial para a elaboração do regulamento técnico de identidade e qualidade do produto. O regulamento vai fortalecer a valorização do queijo Cabacinha, garantindo padrões consistentes de identidade, qualidade e segurança do consumidor”.
Na avaliação do presidente da Aprocaje, a entrega da pesquisa foi um marco para todos os produtores. “O queijo Cabacinha faz parte da nossa cultura, das nossas tradições e ele precisa ser reconhecido e legalizado para que a gente possa levar essa essa iguaria essa preciosidade do Vale aos mais distantes lugares do país e do mundo”, afirma José Valério.
Encontro do Agro
O Encontro do Agronegócio do Vale do Jequitinhonha reuniu produtores, profissionais de assistência técnica e estudantes do setor agropecuário de cerca de 20 municípios do médio e baixo Jequitinhonha.
Promovido pela pela Emater-MG, Embrapa e a Associação dos Produtores Rurais do Vale do Jequitinhonha (Provale), com o apoio da Epamig, IMA, Sistema Faemg e do Sebrae, o encontro discutiu o desenvolvimento regional com foco no empreendedorismo, planejamento socioambiental e produtivo.
O potencial do setor agropecuário na região foi um dos temas apresentados durante o Encontro do Agronegócio, em Itaobim. O subsecretário de Política Econômica e Agrícola da Seapa, Caio Coimbra, apresentou a diversidade agropecuária da região, além dos resultados das principais ações da secretaria e suas vinculadas (Emater-MG, Epamig e IMA).
“O Vale do Jequitinhonha é uma região muito próspera, que tem condições de utilizar esse potencial, principalmente, no agronegócio. A presença da Seapa, por meio das vinculadas e todas as parcerias, levando tecnologias, assistência técnica e defesa sanitária, é de grande importância para demonstrar a presença do Governo de Minas no desenvolvimento regional”, observou Coimbra.
A Seapa também apresentou a Metodologia de Zoneamento Ambiental e Produtivo (ZAP), ferramenta que permite o diagnóstico de sub-bacias hidrográficas. A metodologia ajuda o setor produtivo no diagnóstico da ocupação do solo e das potencialidades de uso da água nas bacias hidrográficas de cada região estudada, além de contribuir para a implantação de uma cultura mais conservacionista entre os produtores.
Vale do Lítio
Desde maio do ano passado, o Governo de Minas executa o projeto “Vale do Lítio”, com o objetivo de desenvolver cidades do Nordeste e Norte do estado em torno da cadeia produtiva do lítio, gerando mais empregos e renda para a população das duas regiões.
Um ano após o lançamento pelo governador Romeu Zema, o projeto Vale do Lítio contribuiu para a superação da marca de R$ 5,5 bilhões em negócios atraídos pela cadeia do lítio mineira até o mês de maio deste ano, além da criação de mais de 10 mil empregos, entre diretos e indiretos, na região.
O Vale do Lítio é formado por 14 cidades: Araçuaí, Capelinha, Coronel Murta, Itaobim, Itinga, Malacacheta, Medina, Minas Novas, Pedra Azul, Virgem da Lapa, Teófilo Otoni e Turmalina, Rubelita e Salinas. Esses municípios abrigam a maior reserva nacional de lítio. O mineral é utilizado em diversas aplicações, sendo a mais comum a fabricação de baterias de longa duração, que equipam veículos elétricos e aparelhos eletroeletrônicos.