Na última segunda-feira (9), o Conselho Municipal de Meio Ambiente (Codema) realizou a 2ª Conferência Municipal de Meio Ambiente e Clima. O evento contou com o apoio da Secretaria Municipal de Meio Ambiente e aconteceu no Parque do Intelecto. Logo na abertura do evento, o prefeito Marco Antônio Lage (PSB) lamentou a ausência de representantes da Vale. “É uma pena, temos muito a debater e resolver juntos, não como em uma guerra, mas com debate e transparência. Vivemos em uma cidade minerada há quase 100 anos, o primeiro território nacional a produzir minério de ferro em larga escala, e ainda continuamos dependentes da atividade. É esse quadro que precisamos mudar”.
Além de órgãos governamentais, diversos representantes de entidades da sociedade civil, institutos e ONGs participaram do evento. As pessoas atingidas pelas obras de descaracterização e descomissionamento do Sistema Pontal foram representadas pelos moradores do bairro Bela Vista, Marly Patrocínio e Giéser Coelho; bem como pelo coordenador técnico de campo da Assessoria Técnica Independente da Fundação Israel Pinheiro (ATI/FIP), Lucas Mageste.
Atingidos como delegados municipais
A conferência, com tema “Emergência Climática”, ocorreu ao longo de todo o dia. Além da palestra de abertura com o jornalista Sérgio Abranches, os participantes foram divididos entre os três grupos de trabalho focais. O grupo 1 discutiu estratégias e ações para minimizar os impactos das atividades humanas no clima. O segundo grupo abordou medidas para gestão de desastres climáticos. Por fim, o grupo 3 debateu o fortalecimento das políticas públicas e promoção de uma consciência ambiental para práticas mais sustentáveis.
Depois que as propostas elencadas em cada grupo foram apresentadas, os participantes da Conferência escolheram aquelas que serão levadas à Conferência Estadual de Meio Ambiente. Ao final do encontro também foram eleitos os delegados que representarão o município no evento estadual. Dentro da cota dedicada à sociedade civil, Marly e Giéser foram escolhidos delegada e suplente, devido a sua representatividade junto às pessoas atingidas pelas barragens do Sistema Pontal.
“É importante que os moradores atingidos pelas obras de descaracterização possam levar um panorama do que está acontecendo no território para outras esferas. É indispensável que eles ocupem os espaços de discussão para que a sociedade passe a vê-los como um grupo coeso, com representação. A escolha deles como delegados é um resultado positivo do trabalho que a ATI/FIP vem realizando junto às lideranças dos territórios em que atua. A intenção é orientar e apoiar a constituição de uma comissão de pessoas atingidas do Sistema Pontal”, finalizou Lucas Mageste.