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quinta-feira, novembro 21, 2024

Deputados pedem ao Judiciário moderação no uso de tornozeleira

Solicitação encaminhada ao Tribunal de Justiça é de que monitoramento eletrônico não substitua prisão em delitos graves.

Como desdobramento de audiência realizada sobre o assunto em 26 de maio, a Comissão de Segurança Pública da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) encaminhou nesta terça-feira (22), ao Poder Judiciário do Estado, pedido de moderação no uso de tornozeleiras eletrônicas. A reivindicação é que essa modalidade de cumprimento de pena não seja aplicada a condenados por delitos graves, como tráfico de drogas, estupro e sequestro.

solicitação foi feita ao presidente do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), desembargador Gilson Soares Lemes, depois que a audiência realizada pela comissão mostrou ter havido um aumento de 296% no uso de tornozeleiras eletrônicas como medida cautelar alternativa à prisão, no período de outubro de 2018 até o momento.

O ofício contendo a reivindicação foi encaminhado pelo presidente da comissão, deputado Sargento Rodrigues (PTB), na presença ainda dos deputados João Leite (PSDB), Bruno Engler (PRTB) e Gustavo Santana (PL).

No documento, a comissão justifica o pedido ao TJ considerando que, entre 1º janeiro de 2019 e 25 de maio deste ano, foram feitas 9.316 ocorrências policiais que contiveram a expressão “tornozeleira eletrônica” no histórico policial, sendo que 3.722 possuíam natureza criminal.

A comissão expôs, ainda, que o número de violações das condições de execução penal por tornozelados detectado pela Unidade Gestora de Monitoralmento Eetrônico (UGME) varia entre 6 e 7 mil nos dias de semana, chegando a 11 mil violações por dia nos fins de semana.

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Na solicitação, também são mencionadas diversas notícias veiculadas na imprensa sobre crimes cometidos por pessoas em uso da tornozeleira, entre elas o acontecido em 12 de fevereiro deste ano, quando um condenado a quase 30 anos de reclusão pelo delito de estupro foi novamente preso em Vespasiano, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, por ser suspeito de outros dois estupros. No momento da prisão, o criminoso utilizava tornozeleira.

Apelo – “Nosso apelo ao presidente do tribunal é para que esse pedido de moderação seja levado aos juízes de execução penal, que são quem decide na hora pelo uso ou não da tornozeleira”, frisou o presidente da comissão.

Segundo expôs o parlamentar, o equipamento teve inicialmente um bom uso, mas teria sido banalizado, entre outros por seu baixo custo, uma vez que o gasto por preso cai de R$ 4 mil no sistema comum para R$ 280 no monitoramento eletrônico.

“O Estado optou pela economia, mas se esquecendo das vítimas, que pagam seus impostos e acabam sendo novamente vítimas”, pontuou Sargento Rodrigues, referindo-se ao uso do equipamento por criminosos perigosos e reincidentes, que, de acordo com ele, deveriam estar cumprindo pena em presídios ou penitenciárias.

Segundo o parlamentar, o presidente do TJMG se manifestou sensível ao pedido da comissão e deverá encaminhar a questão internamente.

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