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segunda-feira, setembro 23, 2024

Anuário de Segurança Pública mostra proporção de pretos nas prisões chega a 66%, e não mais de 90%, como disse Marco Antônio

Brasil  tem 773.151 presos, dos que há a informação da cor/raça disponível,  os pretos são 66,7%.  De forma infeliz, Marco Antônio usou pretos e pobres, como explicação para a recusa de investimento em presídio.

O prefeito de Itabira, Marco Antônio Lage (PSB) através de suas redes sociais, durante a live semanal, na última quinta-feira (9), negou que tenha usado de racismo contra pretos e pobres, na live de semana passada. Também chamou de “mal caráter” as pessoas que tiveram comentários sobre o fato.  Ele diz que estava dizendo que essas pessoas são “injustiçadas”, mas em nenhum momento usou a expressão “injustiça” a favor dos pretos.

Marco Antônio tentou amenizar o impacto da desastrosa atitude antissocial, de recusar a construção de um novo presídio na cidade, fato que estava acordado  entre o Município, Ministério Público (MP), Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) e a Secretaria de Estado de Segurança Pública (SEJUSP), como compensação pela desativação do presídio existente na cidade, em função de possível inundação, com eventual rompimento da barragem do Itabiruçu. Um custo de aproximadamente R$ 25 milhões para a mineradora.

Veja matéria aqui: Marco Antônio rejeita investimento de R$ 25 milhões em presídio e justifica com aumento de pretos e pobres na cidade

De acordo com o Infopen, um sistema de informações estatísticas do sistema penitenciário brasileiro desenvolvido pelo Ministério da Justiça, o Brasil tem a quarta maior população carcerária do mundo. Considerando presos em estabelecimentos penais e presos detidos em outras carceragens, o Infopen 2019 aponta que o Brasil possui uma população prisional de 773.151 pessoas privadas de liberdade em todos os regimes. Caso sejam analisados presos custodiados apenas em unidades prisionais, sem contar delegacias, o país detém 758.676 presos.

A realidade é de celas superlotadas, alimentação precária e violência. Situação que faz do sistema carcerário um grave problema social e de segurança pública.  É preciso ampliar o sistema e para isso os municípios tem que abrigar mais presídios e não recusar.

Marco Antônio usou as palavras: “Em geral, são homens jovens, negros e com baixa escolaridade.” Foi de forma pejorativa e não lamentando ou defendendo as classes.

Apenas em 2019, os homens representaram 95% do total da população encarcerada. No que se refere ao gênero, portanto, existe uma representação masculina muito grande na população prisional, explicada em grande parte pela intensa associação existente entre ‘mundo do crime’ e valores viris, exercidos primordialmente por homens.

A tendência de crescimento da população carcerária, porém, também atinge as mulheres. Em 2008, havia 21.604 pessoas do sexo feminino no sistema prisional; 11 anos depois, esse número cresceu, chegando a 36.926, um crescimento de 71% de prisões de mulheres.

Em relação aos jovens, chama a atenção que a principal faixa etária nas prisões seja a de 18 a 24 anos (26% do total). Logo em seguida aparecem os presos de 25 a 29 anos (24%).

Os dados do Anuário mostram ainda que há menos presos em carceragens de polícia, informação revelada em levantamento feito pelo Monitor da Violência no início do ano.

Veja o anuário aqui: anuario-2020-final-100221

 

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