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sábado, novembro 23, 2024

Os fura-filas de vacinação contra o covid-19 em Itabira já estão sendo investigados pelo Ministério Público e caso pode virar CPI

Luciana Sampaio confirma denúncia de possíveis “fura-filas” de vacinação em Itabira. Ela também disse que há a denúncia de outros fatos ligados à saúde. Todos estão sob investigação do Ministério Público.

A Secretária Municipal de Saúde de Itabira, a enfermeira Luciana Carmem Sampaio,  esteve na Câmara Municipal nesta terça-feira (3), atendendo a requerimento dos vereadores para falar de denúncias de “fura-filas” da vacinação contra o Covid-19 em Itabira, que possivelmente aconteceu no início deste ano na cidade.  Luciana substituiu a farmacêutica Eliana Horta, que pediu exoneração do cargo em 13 de março.

Segundo apuramos, vereadores receberam a informação de que ocorreu uma “manobra” no início da vacinação, dando a entender que os “fura-filas” seriam políticos, alguns empresários, funcionários públicos e familiares, entre outros. O caso foi notificado ao Ministério Público (MP), que iniciou procedimento de número 0317.21.00.244-9 de 30/03/2021, e esta sendo  apurado pela secretaria de Saúde.

Para quem esperava que a ida de Luciana à Câmara fosse se tornar um “massacre” ao Executivo, teve decepção. Os vereadores trataram a secretária com bastante cordialidade e sutileza. E conseguiram arrancar a informação que era mais preciosa para os edis: “A secretaria Municipal de Saúde recebeu em 30 de março deste ano um pedido de apuração, em procedimento administrativo do Ministério Público, com despacho inicial em 30 de março,”  contou a secretária,  assumindo a existência da investigação.

Mas ela foi “esperta” em comunicar que não tem nada a ver com sua gestão. As denúncias antecedem a data em que se tornou secretária: “Eu assumir a pasta em 14 de Abril, em 26 de abril eu instaurei uma sindicância interna, dando 60 dias para essa sindicância apresentar o resultado de averiguação,” confirmou Luciana.

Ficou claro para os vereadores que se desejarem informações mais detalhadas sobre a investigação, terão que tomar uma atitude legislativa com autonomia, criando uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI). Somente assim, os fatos são abertos sem restrições.  “O processo ele é sigiloso né, ele não terminou ainda, ele tá como sigilo aí tem que pedir vistas ao MP,”  essa era a afirmativa quando a pergunta iria ter uma resposta reveladora. Luciana Sampaio usava do “segredo de justiça”  para não responder. A secretária ficou de passar algumas informações para os edis, caso sintam que foram esclarecedoras o caso poderá ser dado como encerrado.

Luciana confirmou que existe pedido de apuração para mais de um caso de “fura-filas”.  Ela disse que recebeu um despacho do MP em 30 de março, sendo que em 26 de abril ela nomeou uma sindicância interna para apurar os fatos, alegando a complexidade do assunto. Em 27 abril ela pede imediato início dos trabalhos, com previsão de 60 dias para finalizar. No dia 22 de junho foi concedida uma dilatação de prazo de 30 dias para a sindicância.

No dia 16 de julho recebeu um relatório conclusivo da sindicância. No dia 21 de julho, Luciana devolveu o relatório pedindo informações complementares para a comissão, prorrogando o prazo para mais 45 dias a partir desta data. “Estamos apurando a denúncia que temos….” “Resultado dessa apuração previsto para 45 dias, a partir de 22 julho, que foi a última dilação de prazo para sindicância.”

 Marco Antonio foi notificado pelo Ministério Público.

A secretária informou que no dia 03 de maio, o prefeito Marco Antonio Lage(PSB), após ser notificado pelo Ministério Público, instaurou um outro procedimento administrativo sendo este Municipal. A Prefeitura de Itabira ficou durante dois meses, no início da vacinação, com dados inconsistentes nos sistemas de controle estadual da vacinação. Ainda hoje, os dados referentes a janeiro e fevereiro não estão corretos no sistema. O fato já foi notificado para a Secretaria de Estado de Saúde.

Denúncias podem fazer parte de áudio que circulou nas redes sociais

O Itabira Gospel recebeu em 18 de fevereiro de 2021 um áudio contendo várias denúncias sobre inúmeros fatos ocorridos dentro da secretaria Municipal de Saúde.  Sendo um destes, a vacinação de parentes de autoridades municipais furando a fila estipulada pelo Governo Federal.  Encaminhamos para a equipe de comunicação da Prefeitura de Itabira,  tanto no privado, como através de um grupo de WhatsApp, onde é o meio de difusão de informações por várias equipes de comunicação da cidade.

No dia 18 de fevereiro, o Assessor de Comunicação da Prefeitura, Rodrigo Andrade, respondeu no grupo com uma “nota oficial” dizendo que as pessoas citadas no áudio foram ouvidas e não houve constatação das acusações por meio de provas.

Ele também disse que o teor do que é dito no áudio em questão não chegou para a secretaria por meio de canais oficiais, seja por meio da Ouvidoria da Saúde ou pela Ouvidoria Geral do Município. Mesmo assim, a direção da pasta, tão logo soube do áudio por meios informais, repassou o conteúdo para a Secretaria Municipal de Auditoria e Controladoria Interna e para a Procuradoria Jurídica do Município. Porém não informou as medidas ou procedimentos adotados por parte destes órgãos.

 

 

 

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