Ao mesmo tempo, atividades da atual edição, com a temática ambiental, estão sendo realizadas nos municípios e polos.
Enquanto os municípios participantes do Parlamento Jovem de Minas (PJ Minas) 2020/2021 avançam na discussão sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, com a realização de várias atividades, os estudantes já começam a se movimentar para escolher o assunto da próxima edição. Essa simultaneidade foi necessária em função dos ajustes de calendário provocados pela pandemia de Covid-19.
O prazo para que as coordenações regionais do projeto enviem as sugestões de tema à coordenação estadual termina na quinta-feira (26). Até lá, é fundamental que os jovens pensem sobre temas de relevância social, que tenham impacto na sua realidade, e façam a discussão em cada município. É importante levar em conta também critérios como viabilidade e originalidade.
As propostas escolhidas nessa primeira etapa serão enviadas às respectivas coordenações regionais, que organizarão, também de forma autônoma, a escolha do tema vencedor em cada polo. Para isso, eles podem recorrer a encontros presenciais, votação on-line ou formulário eletrônico, por exemplo.
Só então as propostas serão submetidas à coordenação estadual, que fará a compilação técnica das sugestões e selecionará três temas para a votação final, no dia 30 de setembro. Essa eleição será remota, em função da pandemia, mas com a vantagem de ter a participação de todos os estudantes, e não apenas de delegados eleitos para isso, como ocorreu nas edições anteriores. “Esse é o maior ganho desse modelo, destaca o coordenador estadual do PJ Minas, Ricardo Moreira, da Escola do Legislativo da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG).
O PJ Minas é um projeto de educação para a cidadania voltado para estudantes do ensino médio, realizado pela ALMG, em parceria com a PUC Minas e câmaras municipais. Entre outros objetivos, ele busca estimular a formação política e cidadã de jovens por meio de atividades que os levem a compreender melhor a organização dos Poderes, especialmente do Legislativo, e a importância da participação popular no Parlamento.
Polo Metropolitano elabora cartilha
O polo que reúne Belo Horizonte e outras cidades vizinhas se valeu de uma apresentação, como se fosse uma cartilha virtual, para orientar os estudantes na definição do tema do PJ Minas para 2022. Além do passo a passo de todo o processo, o material traz os temas tratados em todas as edições anteriores e, ainda, os que foram rejeitados, mas que sempre podem voltar ao debate.
O tema Jovens e mercado de trabalho, por exemplo, já apareceu como proposta em três edições, mas acabou não sendo escolhido. Violência e criminalidade entre jovens e, ainda, Bullying, ciberbullying e liberdade de expressão são outros exemplos de temas superados em anos anteriores.
A coordenadora do Polo Metropolitano, Edelways Campos de Faria, destaca reunião feita no início do mês com Ricardo Moreira e os estudantes. “Explicamos a importância de se escolher um tema com relevância social e viabilidade”, reforça. Segundo ela, o polo optou por usar formulários para escolha em cada município, garantindo o registro do processo. A plenária regional está agendada para o próximo dia 18.
Em Ouro Fino (Sul), os estudantes se reuniram presencialmente nesta quarta-feira (11) e chegaram a quatro temas: Saúde mental nas escolas; Estado laico; Jovens e mercado de trabalho; e Identidade de gênero e diversidade. O coordenador local, Adolfo Barroso, explica que as propostas serão levadas às escolas, para debate com o público-alvo do programa no ano que vem. “Eles vão poder votar por formulário e, no dia 18, a vencedora será levada para o encontro regional”, explica. Ouro Fino integra o polo Conexão Sul do PJ Minas.
Ações sobre meio ambiente movimentam interior
Simultaneamente às atividades de escolha do tema para o PJ Minas de 2022, os jovens estudantes continuam se aprofundando na pauta “Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável”, tema da atual edição 2020/2021. Atividades criativas e de grande impacto social estão movimentando o interior mineiro e provocando reflexões sobre mudanças climáticas, proteção da biodiversidade, práticas sustentáveis, desenvolvimento econômico, recursos hídricos e saneamento básico, subtemas do projeto.
Em Ponte Nova (Mata), alunos fizeram uma oficina de fotografia documental, com o fotógrafo local Costa Melo. A partir daí, partiram para registrar cenas de degradação ambiental no município. “Nosso intuito foi ampliar a reflexão sobre esse assunto e preparar os estudantes para a etapa seguinte, de apresentação de propostas”, conta Ricardo de Melo Costa Júnior, coordenador local do PJ Minas. Quatro imagens foram selecionadas como mais representativas.
“A oficina me ajudou a olhar mais atentamente para minha cidade”, afirmou o aluno Kender Fidelis em uma rede social. Ele pontuou que é comum passarem despercebidas cenas de bueiro entupido; árvores sendo cortadas ou tendo as raízes cobertas pela calçada, lixo jogado aos pés da lixeira e não dentro dela. “Fotografar minha cidade me ajudou a pensar: “o que eu posso fazer para mudar isso?”, concluiu. Ponte Nova integra o polo Zona da Mata III.
Já em Ouro Fino, os estudantes decidiram construir casinhas de materiais recicláveis para cães abandonados. Adolfo Barroso, coordenador, conta que os jovens estavam estudando o subtema das mudanças climáticas, na ocasião em que chegava uma frente fria. “Temos uma ação grande aqui no município relacionada à causa animal. Os jovens já têm essa pauta, que é também da comunidade. Então nossa ação buscou proteger animais nos dias frios”, relata.
Usando jornal, papelão, saco plástico e restos de tecidos de uma confecção da cidade, os alunos construíram as casas, batizadas de “auuumiiigas”. Com a ajuda de uma ONG da cidade, eles selecionaram os pontos onde os abrigos deveriam ser deixados, sempre com um recadinho pedindo para que não fossem retirados dali. Segundo Adolfo, a ideia se espalhou e outras pessoas passaram a fazer o mesmo.
O reflorestamento foi a aposta dos jovens de Guaxupé (Sul), integrante do polo Sudoeste. Com mudas fornecidas pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente, eles plantaram em locais onde podem também zelar pelas árvores. “A manutenção é o desafio. Menos da metade do que é plantado prospera. Então os alunos escolheram praças e canteiros próximos de casa”, detalha Pedro Luiz Alves, um dos coordenadores locais.
ALMG
