Na semana passada, Arquidiocese chegou a dizer que padre havia sido afastado, mas depois recuou. Até agora, quatro pessoas procuraram a Polícia Civil para denunciar religioso.
O número de mulheres que denunciam o padre José Carlos Pereira por assédio sexual já chega a quatro em Santa Luzia, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. A TV Globo teve acesso, com exclusividade, a dois dos depoimentos. Uma das vítima afirma que os abusos se repetiram por pelo menos 50 vezes.
Mesmo depois do início das investigações da Polícia Civil, o religioso segue exercendo as funções de padre. A Arquidiocese de Belo Horizonte chegou a dizer que ele havia sido afastado, mas depois recuou.
Para a polícia, uma das vítimas disse que um dos abusos foi na sala do padre. Ela estava contando notas de dinheiro, quando ele segurou a vítima pela cabeça e forçou um beijo na boca e que depois disso em todas as oportunidades em que permanecia sozinha com o sacerdote, ele passava as mãos nos braços dela e descia em direção aos seios.
A mulher também disse aos investigadores que o padre já passou as mãos nas pernas dela e que os abusos aconteceram na sala paroquial e na garagem da casa paroquial, de agosto do ano passado até abril deste ano. Foram pelo 50 vezes, de acordo com o depoimento.
A outra vítima disse que o padre passava a mão na cintura e nas costas dela, beijava e mandava ela se sentar no colo dele.
A mulher afirma ainda que viu uma reportagem na Globo, falando que o padre tinha assediado outras pessoas. Então contou para o marido, que a orientou a procurar a polícia.
Há trinta anos, o padre José Carlos é o responsável pela paróquia de São Benedito, além de ser o dono de uma rede de ensino com dois colégios e uma faculdade.
Por telefone ele disse que vai aguardar seus advogados se inteirarem sobre a investigação, para depois se pronunciar. Em relação ao afastamento dele ou não da paróquia, disse que todos os esclarecimentos são feitos pela Arquidiocese.