Ele que compõe o quadro de pastores da IURD, chegou a ser preso em 2021 sob acusação de comandar um bilionário esquema de pirâmide financeira.
Um processo movido por três clientes da GAS Consultoria fez com que fosse determinado o bloqueio de pouco mais de R$ 1 milhão em contas da Igreja Universal. A empresa pertence a Glaidson Acácio dos Santos, mais conhecido como “Faraó dos bitcoins”.
Ele que compõe o quadro de pastores da Igreja Universal do Reino de Deus, chegou a ser preso em 2021 sob a alegação de comandar um bilionário esquema de pirâmide financeira.
A ação foi movida por 3 clientes do “Faraó”, que residem em Brasília, e tramita na 11ª Vara Cível. O primeiro deles, um servidor público, investiu cerca de R$ 200 mil na GAS, divido em 5 contratos. A segunda cliente repassou R$ 20 mil, e por último uma aposentada aportou R$ 120 mil dividido em 4 contratos.
Embora o montante totalize R$ 340 mil, também foi somado R$ 150 mil pedidos a título de danos morais e R$ 98 mil de honorários advocatícios. Desta forma, o confisco determinado pelo juiz Ernane Fidelis Filho acabou bloqueando mais de R$ 1 milhão nas contas da Universal.
Glaidson prometia lucros de 10% ao mês nos investimentos em bitcoins, no entanto, a investigação que levou à prisão do ex-garçon, no Rio de Janeiro, apontou que a empresa dele, “sequer reaplicava os aportes em criptomoedas, enganando duplamente os clientes”. O “Faraó dos bitcoins” foi preso pela Polícia Federal, em agosto do ano passado, acusado de chefiar um esquema bilionário de pirâmide financeira.
Na ação movida no DF, o advogado das vítimas alega que R$ 72 milhões doados por Glaidson à Igreja Universal teriam origem nos atos ilícitos cometidos por ele. Glaidson foi pastor da igreja na Venezuela e doou os recursos enquanto frequentava um templo em Cabo Frio (RJ).
O juiz Ernane Fidelis Filho determinou o bloqueio de R$ 340 mil das contas da Universal, além da apreensão de veículos de propriedade da igreja. Ao todo, os valores apreendidos somam cerca de R$ 1 milhão.
Recurso
A Igreja Universal entrou com um recurso contra a decisão, alegando ter tomado “todas as medidas cabíveis para esclarecer a origem das doações recebidas, o que demonstra sua boa-fé e ausência de participação nos atos praticados”.
A defesa alega que, em maio de 2020, foi verificado um aumento expressivo nas doações recebidas no templo de Cabo Frio, frequentado por Glaidson. As transferências eram em nome do ex-garçom e da sua empresa, a GAS Consultoria.Segundo o documento, a Universal teria procurado Glaidson. O ex-garçom afirmou que “passava por fase de grande prosperidade econômica”.
Após questionamentos do bispo Jadson Santos, líder da Igreja Universal do Reino de Deus no estado do Rio de Janeiro, Glaidson teria deixado de frequentar os cultos. “Nesse contexto, embora tenha recebido referidas doações de absoluta boa-fé, com a devida contabilização da entrada dos recursos financeiros, a Igreja tem fundado receio quanto à origem lícita dos valores, que foram objeto de doação”, afirma a instituição no processo.
Segundo a Universal, após a Polícia Federal (PF) deflagrar a operação contra Glaidson, a instituição pediu judicialmente para que o ex-garçom se manifestasse sobre a origem dos R$ 72 milhões doados, além de documentos fiscais que demonstrassem a origem lícita dos valores. Até o momento, não houve resposta na ação.
A defesa afirma ainda que não há ligação com os contratos firmados entre as vítimas e Glaidson, “o que impede a tentativa de responsabilização pelo eventual inadimplemento”, e que não é alvo da investigação da Polícia Federal.
Nota da Igreja Universal
“A Igreja Universal do Reino de Deus se solidariza com as vítimas dessa pirâmide financeira e espera que a Justiça responsabilize os verdadeiros autores do esquema criminoso, do qual também é vítima. A instituição já havia denunciado estas atividades suspeitas às autoridades desde 2019.
O bloqueio em questão já foi parcialmente liberado pela Justiça, e acreditamos que será totalmente liberado nos próximos dias em resposta à nossa solicitação, pois é fato demonstrável que a Universal não tem, e jamais teve, qualquer relação com tal pirâmide financeira, tampouco com as vítimas do golpe.”
G1
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