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segunda-feira, setembro 23, 2024

Vice-governador apresenta desempenho de sustentabilidade da cafeicultura em Minas durante abertura da Expocafé

Com 99% de propriedades sustentáveis, o estado, que é o maior exportador de café do país, atende às demandas de responsabilidade ambiental e rastreabilidade dos maiores compradores do mundo

 Mais de 99% das propriedades mineiras de café não apresentam evidências de desmatamento. Este é um dos destaques do desempenho de sustentabilidade da cafeicultura em Minas, apresentado pelo vice-governador, Professor Mateus, na solenidade de abertura da Expocafé 2023, em Três Pontas, no Sul de Minas.

Fotos de Gil Leonardi/Imprensa MG
Fotos de Gil Leonardi/Imprensa MG

Os números estão disponíveis na plataforma SeloVerde MG, desenvolvida pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), por meio de Acordo de Cooperação Técnica com o Instituto Estadual de Florestas (IEF).

A partir do cruzamento das informações inseridas no banco de dados da plataforma, foi possível analisar a situação das propriedades em relação à sustentabilidade da produção cafeeira no estado. O estudo envolveu 115.028 propriedades e evidenciou que nenhum tipo de desmatamento foi feito a partir de 22 de julho de 2008, data-limite estabelecida pelo Código Florestal para autuações de infrações ambientais.

Liderança verde

O vice-governador afirmou que a maior alegria é poder dizer que Minas não é só o principal produtor de café do mundo, responsável por 20% da produção mundial, mas também produtor de café sustentável, verde.

“Além de termos a certeza de que mais de 99% da cultura cafeeira não apresentam evidências de desmatamento, Minas Gerais tem mais de 300 mil hectares excedentes em área de preservação nas fazendas de café. Isso é motivo de muito orgulho”, comemorou.

De acordo com Professor Mateus, os resultados alcançados geram inúmeros benefícios para toda a cadeia. “O produtor rural será melhor remunerado, movimentando a economia de Minas Gerais. Hoje, o café não está presente apenas no Sul do estado, ele está em todas as regiões”, explicou.

A solenidade marca também a assinatura da Portaria Conjunta 1/2023, reconhecendo a ferramenta desenvolvida em parceria com a UFMG – plataforma SeloVerde MG – como instrumento para subsidiar políticas públicas de rastreabilidade e transparência das cadeias produtivas agropecuárias. O documento é assinado pelo secretário de Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Thales Fernandes, e da secretária executiva da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, Valéria Cristina Rezende.

Repercussão

Os resultados demonstram que o café produzido em Minas Gerais não é oriundo de desmatamento, além de apresentar outros indicadores de sustentabilidade, como o excedente de mata nativa nas propriedades.

Toda a cadeia do café, do produtor ao consumidor final, deve se beneficiar dessa análise sobre a origem sustentável e livre de desmatamento do café produzido em Minas Gerais, em um contexto de novas exigências para a importação de commodities agrícolas aprovadas pelo Parlamento Europeu, mais restritivas em relação à compra de produtos oriundos de áreas desmatadas.

“Esse resultado, de 99% de propriedades legalizadas, é muito importante. A sustentabilidade da cafeicultura mineira tem que ser divulgada para o mundo, que precisa saber que nosso café é sustentável porque nós temos um café realmente verde.  Isso deve fortalecer ainda mais as exportações”, afirmou o secretário Thales Fernandes, lembrando que os embarques internacionais de café bateram novo recorde em 2022.

As análises podem ser acessadas na plataforma SeloVerde MG, de forma individualizada, a partir do número do Cadastro Ambiental Rural (CAR) da propriedade.

Certifica Minas Café

Outro destaque da abertura da Expocafé é a entrega de selo de certificação a sete cafeicultores e uma cooperativa, por meio do programa estadual Certifica Minas Café. A política pública do Governo de Minas estimula a adoção de boas práticas na produção de café, seguindo critérios de sustentabilidade socioeconômica e ambiental, além de trabalhar melhorias na produtividade e na qualidade do grão.

Coordenado pela Secretaria de Agricultura e executado pela Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater-MG) e pelo Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA), o programa é o primeiro selo de certificação de propriedades cafeeiras no Brasil emitido por uma instituição governamental.

Expocafé

Em sua 26ª edição, a Expocafé é promovida pela Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig), sendo considerada a maior feira de cafeicultura do país. A expectativa é de R$ 300 milhões de negócios gerados e prospectados. Neste ano, participam 139 expositores em 200 estandes dos ramos de insumos, maquinários e tecnologias para a cafeicultura.

Com entrada gratuita, a Expocafé segue com programação diversificada de 17 a 19/5, com feira aberta ao público, incluindo exposição e dinâmicas de máquinas, palestras e plantões técnicos, Expocafé Mulheres, Espaço de Inovação e Espaço Aromas e Sabores.

Também estão presentes as instituições do sistema da Agricultura (Emater-MG e IMA) e o IEF com estandes próprios, divulgando seus respectivos trabalhos e oferecendo atendimento ao cafeicultor. A programação completa pode ser conferida no site oficial do evento (expocafeoficial.com.br).

Hub Conecta Day

Os cafés especiais são o destaque do Hub Conecta Day, evento realizado neste primeiro dia da Expocafé, pela Secretaria de Agricultura, em parceria com a Epamig, a Associação Brasileira de Cafés Especiais (BSCA, na sigla em inglês) e o Novo Agro Ventures, da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais (Faemg).

A iniciativa integra as ações do Hub MG Agro, programa do Governo de Minas que auxilia médias e grandes empresas mineiras na busca por soluções tecnológicas para desafios coletivos.

O Hub Conecta Day Cafés Especiais conta com ciclo de palestras com representantes da BSCA e especialistas do setor, além de debate e rodada de negócios entre os empreendedores e as startups.

De acordo com o Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), os cafés que possuem qualidade superior ou certificados de práticas sustentáveis responderam por quase 20% do total exportado pelo Brasil entre janeiro e março deste ano, com o envio de 1,6 milhão de sacas ao exterior. O preço médio alcançou US$ 248,70 por saca, proporcionando uma receita de US$ 414 milhões nos três meses, o que corresponde a 23% do obtido com os embarques totais.

O café em Minas

O café é cultivado em 451 municípios mineiros, ocupando área de 1,3 milhão de hectares. Em 2022, a produção do estado foi de 22 milhões de sacas, representando 43% da safra nacional. Para 2023, a estimativa é de 27,5 milhões de sacas, totalizando 50% da safra nacional.

Principal produto da pauta de exportação do agronegócio de Minas, no ano passado, o café apresentou recorde histórico tanto em relação ao volume quanto receita. O segmento alcançou US$ 6,9 bilhões (45% do valor exportado pelo agro mineiro), com o embarque de 28,5 milhões de sacas. Neste ano, no período de janeiro a abril, a receita com as exportações alcançou US$ 1,7 bilhão, com o envio de 7,7 milhões de sacas.

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