Nos três primeiros meses deste ano, as vistorias procedentes foram equivalentes a mais de R$ 100 milhões
Com o objetivo de reduzir o impacto financeiro da tarifa dos clientes regulares, a Cemig está realizando milhares de inspeções em instalações em sua área de concessão. Somente nos três primeiros meses de 2025, os técnicos da companhia vistoriaram mais de 84 mil unidades consumidoras, cujas inspeções procedentes representam cerca de R$ 108 milhões (incluindo os impostos), somando o resultado em todas as regiões de Minas Gerais.
O valor estimado pela Cemig representa o consumo irregular retroativo (que pode chegar a 36 meses) mais o incremento de receita em 12 meses após as inspeções feitas pelos técnicos da companhia.
Somente na semana passada, a Cemig promoveu um mutirão de inspeções simultâneo em algumas cidades de todas as regiões de Minas, quando realizou mais de 1.500 vistorias, normalizando as ocorrências que se encontraram em situação irregular ou com suspeitas de fraudes. Em Itabira, na região Leste mineira, foram 231 inspeções . Os medidores encontrados com alguma característica de manipulação indevida, foram levados para o laboratório da companhia para aferição e perícia técnica.
Na Região Leste de Minas, de janeiro a março deste ano, a Cemig vistoriou mais de 10 mil unidades consumidoras, sendo que as inspeções procedentes representam quase R$ 13 milhões.
O supervisor de Relacionamento com Clientes da Cemig, Alexandre Ribeiro, destaca que essa ação da companhia é importante para que não haja repasse do prejuízo financeiro dividido entre a distribuidora e os clientes adimplentes.
“Os principais objetivos das regularizações são minimizar o prejuízo dividido entre os consumidores regulares e a Cemig, além de conscientizar a população sobre o furto de energia e seus impactos para toda a sociedade. O foco está na intensificação da detecção e regularização de unidades consumidoras com perdas na medição de energia, na recuperação do montante faturado a menor e, em alguns casos, com o apoio da polícia, na condução dos responsáveis à delegacia”, explica.
Serviço de inteligência
Importante destacar que a Cemig, por meio do Centro Integrado de Medição (CIM), realiza uma análise do consumo de mais de 9 milhões de clientes e envia equipes especializadas para realização de inspeções. “Parte do monitoramento é referente a unidades telemedidas livres e cativas de alta, média e baixa tensão, o que representa cerca de 70% do consumo da distribuidora. Esse monitoramento permite identificar de forma mais rápida as possíveis intervenções no sistema de medição”, afirma Alexandre Ribeiro.
Ainda cabe destacar que as ligações irregulares colocam em risco a segurança da população, causando ocorrências na rede elétrica, com consequências graves e até fatais. Na prática, há danos ao sistema elétrico, podendo causar interrupções no fornecimento de energia para clientes regulares, além de incêndios e queimaduras de aparelhos e equipamentos.
Consequências financeiras e criminais
Quando divulgadas as irregularidades, os responsáveis deverão ressarcir a companhia em relação ao montante de energia consumida que não havia sido faturada, além de arcar com custos administrativos.
Além disso, as consequências deste tipo de ligação irregular podem não ser apenas financeiras, mas também criminais. “O furto de energia é crime previsto no artigo 155 do Código Penal Brasileiro, com pena de até oito anos de reclusão”, comenta. “O responsável ainda pode ser enquadrado no artigo 171, que trata do estelionato”, ressalta Alexandre Ribeiro.