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sábado, novembro 23, 2024

Especialistas alertam para uso de estudantes de Medicina na rede pública – “NÃO SÃO MÉDICOS”

A primeira turma de estudantes de Medicina da Faculdade Ciências Médicas de Minas Gerais já está em Itabira. Médicos e representantes de entidades da classe estão preocupados com a forma em que esses “profissionais” estarão atuando junto aos pacientes.

O Médico Carlos Roberto de Souza (Dr. Carlão)  que também é bacharel em Direito, tem feito vários alertas sobre os governos Estadual e Municipal que estão se utilizando de “mão de obra barata” para tentar resolver o problema de ausência de profissionais na rede pública.  Em seu perfil no facebook, no dia 31 de março, ele postou um texto que expressa sua preocupação.

Veja a postagem:

“Querem explorar mão de obra barata para enfrentar a Pandemia.  Sem nenhuma dúvida que o Sistema de Saúde necessita de profissionais de Saúde para enfrentar a grave crise sanitária.  O que não é admissível é nesse objetivo o Poder Público ficar fazendo demagogia e peças de propaganda com os profissionais de Saúde. Em Minas Gerais , Estado e Municípios vêm alardeando que estão contratando estagiários de Medicina e convocando médicos voluntários para atuarem nos serviços de e saúde.”

“Iniciemos pelos estagiários.: Estagiários , são acadêmicos de medicina, não são médicos e JAMAIS podem substituir os médicos na assistência. O objeto da presença dos estudantes no serviço de saúde é o aprendizado e não a Assistência . Quanto a recrutar médicos voluntários é importante que se diga que o que necessita o Sistema de Saúde é de profissionais devidamente contratados e bem remunerados para que exerçam suas atividades a contento. Há muito o SUS se colocou como um sistema de saúde livre do caritatismo ,mas como um sistema garantidor da saúde como um direito de cidadania.”

“Quando o Poder Público vem usar desses artifícios, convocando mão de obra despreparada e desqualificada ou não remunerada adequadamente , está tão somente criando um “apartheid ” sanitário onde quem tem recursos se valerá do serviço de qualidade enquanto a grande maioria do povo fica como humanos de segunda classe e destinatários de serviço de saúde sem qualidade: Um serviço pobre para pobre!”

“Os profissionais de Saúde e a população devem denunciar esse esquema imoral e injusto como forma de garantir e exigir a saúde como direito do cidadão e obrigação do Estado.”

“De certo não será tentando tapar o sol com a peneira. Estudantes JAMAIS poderão substituir o médico.
Aliás estudantes só podem executar qualquer procedimento médico sob a supervisão qualificada de um medico habilitado para isso. A prática de qualquer ato médico por um estudante constitui crime de exercício irregular de medicina.
Cabe ao Poder Público buscar os meios e os recursos para a solução desse problema. Os Gestores foram eleitos para isso.”

Entramos em contato com a Associação Médica de Itabira, através do seu secretário, Dr. Virgilino Quintão Torres Cruz , e enviamos um questionário no dia 01 de abril.  com cinco perguntas sobre questões ligada à pandemia.  Até o momento não responderam.

O MG TV entrevistou o presidente da Associação Médica de Minas Gerais, Fábio Augusto de Castro e o presidente do sindicato dos Médicos de Minas Gerais, Cristiano Maciel.

Assista: 

Em Itabira os profissionais já estão atuando:

Os estagiários vão reforçar o sistema de Saúde no município, especialmente neste momento de enfrentamento da pandemia.  A equipe que chegou à cidade nesta segunda-feira é composta por 11 alunos. Uma segunda turma, também de 11 alunos, chega na terça-feira (6) e outros 12 estagiários chegam na quarta-feira (7). No total serão 34 futuros profissionais de saúde que irão intensificar as equipes de atendimento nas Unidades Básicas de Saúde (UBS), Samu e Pronto-socorro.

De acordo com o prefeito Marco Antônio Lage (PSB), a chegada desses acadêmicos faz parte de uma estratégia montada pela Prefeitura de Itabira que engloba duas etapas: neste primeiro momento para o enfrentamento à crise provocada pela Covid-19 e posteriormente para desenvolver uma política de saúde pública mais voltada para a atenção primária.

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